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Relator apresenta texto do novo Código Florestal com 21 modificações

Necessidade de recompor as matas às margens de rios foi retirado do projetoO relator do Código Florestal na Câmara, deputado Paulo Piau (PMDB-MG), apresentou nesta quinta, dia 19, o parecer do texto que deve ser votado na próxima terça, dia 24. O parlamentar fez 21 modificações, sendo sete delas de mérito, em relação ao projeto aprovado no Senado. Entre as mudanças, retirou a exigência de cinco anos para o produtor estar em dia com a legislação ambiental e receber novos financiamentos.

O item de maior divergência, a necessidade de recompor as matas às margens de rios, também foi retirado. Ainda sem acordo, a questão deve ser definida ou por medida provisória ou projeto de lei.

— Se tivéssemos regimento para consertar, teríamos consertado, mas como o regimento da Casa não permite alterar faixas, a única alternativa foi retirá-las para em um instrumento legislativo posterior, acertarmos uma faixa mínima, as faixas máximas e as faixas intermediárias — afirma Paulo Piau.

O relator diz que não tem o apoio do governo e que o assunto vai render muita polêmica na votação prevista para a próxima semana.

Veja outras alterações propostas por Piau:

Rios maiores

O substitutivo do Senado também previa que para os rios com leitos superiores a 10 metros a faixa de mata ciliar a ser recomposta deveria ter entre 30 e 100 metros de largura. O texto já aprovado na Câmara remete essa definição para os planos de regulamentação ambiental, a serem definidos pelos governos federal e estaduais.

Crédito agrícola

Dois dispositivos retirados do texto do Senado atendem aos ruralistas. O primeiro dividia os produtores rurais em categorias para receber incentivos; o segundo impedia o recebimento de crédito agrícola por produtores rurais que não promovessem a regularização ambiental em cinco anos.

O deputado explicou que o programa de regularização vai começar efetivamente três anos após a publicação da lei, devido aos prazos que os governos terão para instituir os programas. “Nossa experiência com o governo não é boa, muita vezes ele não cumpre os prazos e o produtor poderia ser penalizado injustamente”, argumentou.

Outras alterações

Como já havia anunciado anteriormente, o relator também suprimiu do projeto a definição de APPs nas cidades, incluídas pelo Senado. Pelo texto da Casa revisora, as áreas de expansão urbana deveriam prever 20 metros quadrados de vegetação por habitante.

— Isso iria encarecer os terrenos, principalmente para os programas sociais — justificou Piau.

Regras de proteção para plantas em extinção também ficaram de fora.

O relator afirmou ainda que suprimiu da proposta o capítulo do Senado relativo ao uso de salgados e apicuns (biomas costeiros). Deste capítulo, ele manteve apenas os parágrafos relativos à regularização de atividades produtivas iniciadas até 22 de julho de 2008 e à ampliação da ocupação nesses biomas. Para esse caso, as regras deverão estar previstas no zoneamento ecológico-econômico (ZEE) realizado pelos Estados.

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