Relatório do USDA desta quarta pode segurar alta dos preços da soja

O mercado está esperando uma redução de pelo menos 400 mil toneladas na safra de soja americana

Daniel Popov, de São Paulo
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) deverá reduzir a sua estimativa para a safra 2017/2018 americana e DIMINUIR também a previsão para os estoques. O relatório de julho será divulgado nesta quarta, dia 12, às 13hs. Para o analista da consultoria Safras & Mercado, caso os cortes fiquem dentro do esperado pelo mercado, as cotações poderão sofrer ajustes e diminuir o ritmo de alta.

Analistas e traders consultados pelas agências internacionais indicam previsão de safra de 115,4 milhões de toneladas, ou seja, 400 mil toneladas a menos.  “Se os números vierem dentro desta perspectiva de até 500 mil toneladas de redução, acredito que o mercado considerará pouco para manter as altas de preços, como estavam nos últimos dias”, diz o analista Luiz Fernando Gutierrez.

Para ele, caso a redução seja maior que isso, ai sim o mercado ganhará força e os preços podem buscar patamares mais elevados como os US$ 10,50 por bushel, por exemplo. “Se for menor que as 400 mil toneladas, o mercado pode experimentar uma correção negativa nos preços”, comenta ele. “Não acredito que as reduções de estoque, que possivelmente virão, serão capazes de mudar os preços. Não agora, pelo menos.”

O mercado projeta que o relatório trará estoques de 11,8 milhões de toneladas, na 2016/2017. Antes, em junho, o USDA indicou estoques de 12,2 milhões de toneladas. Para 2017/2018, o Departamento deverá indicar estoques 13,1 milhões de toneladas. No mês anterior, o número ficou em 13,4 milhões de toneladas.

Clima mudou?

Alguns mapas meteorológicos estão apontando possibilidades de chuvas para uma das regiões produtoras de soja mais afetadas pelas secas, as Dakotas. A meteorologia aponta que na próxima semana um pequeno volume, de não mais que 15 milímetros atingirá a região. Na sequencia é esperado outros 10 dias sem água e no final do mês mais um pouco de chuvas devem cair por lá. “O mercado está de olho nisso, se as condições do solo melhorarem, o mercado poderá pontuar isso nas cotações”, diz Gutierrez.

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