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Relatório do USDA não eleva os preços da soja. Saiba por quê

Analistas explicam como as produções, estoques e exportações influenciam nas cotações da oleaginosa

Daniel Popov, de São Paulo
É normal que a expectativa do mercado em relação ao primeiro relatório da safra 2017/2018, divulgado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), seja grande. Mas, isso não elevou os preços como o esperado, principalmente no Brasil. Isso porque os números apresentados estavam muito parecidos com a perspectiva para um primeiro relatório e o mercado comprovou o que já esperava.

O relatório de maio do USDA projetou safra 2017/2018 de soja americana em 115 milhões de toneladas, abaixo dos 117 milhões colhida no ano anterior. Isso em razão de a previsão se basear em dados preliminares de área de uma semeadura que mal começou. “Nada muda muito com isso, pois o USDA usou os números da intenção do plantio, que já era conhecido, com uma produtividade média, por isso essa pequena queda, desconsiderada pelo mercado”, diz o analista da Safras & Mercado, Luiz Gutierrez.

Para o Brasil a produção estimada é ainda mais distante da realidade, já que a safra 2016/2017 acabou de ser colhida e não há qualquer apontamento sobre que rumo a próxima safra tomará. Ainda assim, segundo o USDA, a safra brasileira 2017/2018 ficará em 107 milhões de toneladas.

Com isso tudo os estoques mundiais estimados para a temporada 2017/2018 seriam de 88 milhões de toneladas, pouco menor do que o estimado para a temporada 2016/2017 de 90 milhões de toneladas. Já o estoque americano, que é observado de perto pelo mercado deve ficar bem maior que o ano passado, a perspectiva é que chegue a 11,8 milhões de toneladas em 2016/2017, contra os 5,5 do ano anterior. “O relatório confirmou a expansão da área de soja americana, assim como o aumento do estoque de passagem. O que ajuda a manter esta estabilidades nos preços”, garante Gutierrez. “Hoje, por exemplo, as cotações fecharam todas em queda, uma demonstração que o mercado não foi influenciado por este relatório.”

Com isso tudo o analista da Safras & Mercado não acredita que os preços irão subir muito nos próximos dias também, há menos que o clima afete gravemente os Estados Unidos. “Até acabar o plantio da soja nos Estados Unidos, o mercado deve oscilar bastante, mas dentro destes patamares de hoje, com fundo em US$ 8,50 e topo em US$ 10, com sorte”, diz ele.

Já o analista de mercado Marcos Araujo, discorda que o relatório tenha tido efeitos sobre o mercado. Para ele a previsão conservadora do USDA  dá ao mercado algum fôlego para novas elevações nos preços. “Acredito que após este relatório o mercado terá algumas altas nos preços sim. Acho que os preços só não subiram mais por causa desta super oferta da safra sul-americana”, afirma ele.

Mas, em um ponto eles concordam, somente a partir de julho, ao final da semeadura nos Estados Unidos é que os preços podem realmente subir, ainda mais se por lá acontecer algum problema climático. “A partir de junho é que o mercado da soja poderá proporcionar bons preços ao Brasil”, conta.

Gutierrez recomenda aos produtores ficarem de olho no clima dos Estados Unidos e ao menor sinal de problemas tentarem aproveitar para negociar algo, já que os preços podem ficar momentaneamente melhores.

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