Relatório do USDA não agrada mercado brasileiro

Analista de mercado afirma que país poderá ter uma quebra na safra de soja de 86 milhões de toneladas, e não de 88 milhões, como informou o USDAO relatório divulgado Departamento de Agricultora dos Estados Unidos (USDA), nesta segunda, dia 10, não agradou o mercado brasileiro. Segundo o analista Carlos Cogo, o país deve ter uma quebra superior à informada pela entidade norte-americana, que reduziu a produção total de 90 para 88,5 milhões de toneladas. Cogo acredita que a safra de oleaginosa seja de 86 milhões de toneladas.

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– Fizeram um ajuste modesto na safra brasileira, trazendo para 88,5 milhões, quando se sabe que a quebra será superior a isso. Dificilmente vamos passar de 86 milhões de toneladas. Já temos quebras consolidadas em São Paulo, Mato Grosso do Sul e Paraná, que já quebrou dois milhões de toneladas – aponta Cogo.

O analista observa que o mercado só vai acreditar no USDA quando ficar reconhecido que a América do Sul sustentará o mercado mundial daqui para frente, já que, segundo ele, os Estados Unidos não possuem tanto estoque como divulgado.

– Eles anunciaram um corte de estoques americano muito pequeno e inexpressivo frente ao movimento forte de exportações de soja dos EUA. É preciso assimilar a verdade sobre o tamanho da safra sul-americana, a quebra no Paraguai, no Brasil, e tirar o foco dos estoques norte-americanos que frustraram as tradings. Quando o mercado entender que realmente houve uma redução de oferta na América do Sul e que ela vai abastecer o mercado chinês e o resto do mundo, a tendência será a recuperação dos contratos – afirma o analista.

Segundo Cogo, o produtor de soja que não tiver pressa de vender o grão, sairá no lucro.

– É melhor vender pausadamente. Quem não tiver pressa, pode deixar saldo para o segundo semestre.

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Milho

De acordo com Cogo, a safra de milho não deve passar de 70 milhões de toneladas.

– Não vamos ter uma primeira safra maior de 30 milhões de toneladas, houve quebra na safra de verão, uma redução diária que deve chegar ao mínimo a 8% na segunda safra, podendo chegar a 11%, dependendo do que vai ser plantando fora da janela ideal. Apesar disso, as exportações seguem muito fortes. Certamente, teremos uma forte recuperação nos preços do milho – salienta.

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Assista à entrevista completa com o analista:

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