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Flávio França diz que, no caso da soja, o número divulgado para o estoque americano está abaixo do relatório passado, confirmando expectativa de maior enxugamento nos estoques daquele país.
Segundo o USDA, os sojicultores norte-americanos irão produzir 89,51 milhões de toneladas (3,289 bilhões de bushels). O USDA aponta que os estoques finais de soja no país somarão 145 milhões de bushels, contra 150 milhões projetados em fevereiro. Entretanto, o número está um pouco acima do esperado pelo mercado, que estava apostando em um enxugamento maior, de 140 milhões de bushels.
A estimativa de esmagamento é de 1,690 bilhão de bushels para 2013/2014, contra 1,7 bilhão do relatório anterior. A projeção de exportação é de 1,530 bilhão de bushels para a temporada 2013/2014, contra 1,410 bilhão de bushels em fevereiro.
– O impacto do relatório neste início de pregão é negativo pra soja, que neste momento está caindo mais de 20 pontos justamente por que esta queda é um pouco menor do que o mercado esperava – aponta França.
No quadro mundial, o USDA trouxe previsão de estoque final da soja também menor do que o esperado. O relatório americano também reduz a previsão de produção brasileira de 90 para 88,5 milhões de toneladas, acima das previsões das consultorias brasileiras.
– Até a metade de janeiro a situação era muito favorável no Brasil, a safra ia muito bem. Mas com todas as perdas acumuladas pela estiagem no Sul e Sudeste e pelo excesso de chuva no Centro Oeste, nós revisamos a nossa previsão na semana passada de 91 para 86 milhões de milhões de toneladas – diz o consultor de mercado Flávio França Júnior.
O mercado já havia começado esta segunda com tendência de baixa nos preços da soja mas, segundo o analista, até a divulgação do relatório, o movimento do mercado era de correção dos preços, que havia subido muito nas últimas semanas.
– Existe consistência, solidez no preço, justamente pelo aperto nos estoques de soja, e isso vai se manter até outubro. Não há como recuperar o estoque americano até a entrada da nova safra daquele país.
Para o milho, o USDA trouxe um corte inesperado no estoque final americano. O mercado esperava a manutenção ou até mesmo um ligeiro aumento nos estoques dos Estados Unidos. Por conta disso, o preço do milho nas bolsas está subindo no início da tarde desta segunda. França, no entanto, não acredita que essa tendência será mantida.
– No balanço das informações, parece que o relatório é mais para baixista do que para altista tanto para soja quanto para o milho – diz Flávio França.
Para o estoque mundial de milho, o relatório aponta aumento.