Segundo o presidente do conselho da Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e da Globalização Econômica (Sobeet), Herman Wever, esse cenário é provável. Estudo da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad) aponta que os investimentos estrangeiros diretos (em geral, aplicados na produção, como construção de fábrica, por exemplo) devem atingir US$ 30 bilhões, enquanto as remessas de lucros e dividendos, entre US$ 32 bilhões e US$ 35 bilhões.
A diminuição do fluxo desse tipo de investimento no Brasil está relacionada à crise financeira internacional, mas há também ao câmbio e à elevada carga tributária. O real valorizado estimula o aumento de remessas de lucros e dividendos das empresas para suas matrizes, impacta negativamente na balança de pagamentos e encarece os investimentos no país.
A Sobeet acrescenta a ausência do Brasil entre os países que, nos últimos 10 anos, assinaram tratados de investimento. No período, foram 1,004 mil tratados, sem participação brasileira.
Conforme pesquisa da Unctad, o Brasil passou da quarta para a terceira posição no ranking dos países mais citados para a entrada de investimento estrangeiro direto até 2012, atrás de China e Índia. Mas, para a Sobeet, isso não deve ser concretizado com facilidade, uma vez que os investidores têm preferido outros destinos para seus recursos, dada a falta de segurança no país. Em 2009, por exemplo, o Brasil ficou na 14ª posição entre os que mais receberam investimentos estrangeiros.