Naquele ano, o valor chegou a US$ 10.325, pelo critério conhecido como Paridade do Poder de Compra (PPP, na sigla em inglês). Este ano, segundo o Fundo, deve chegar a US$ 10.289, mas, como essa projeção foi elaborada antes de a instituição aumentar sua estimativa para o crescimento do país no ano (de 5,6% para 7,1%), é provável que o PIB per capita de 2010 seja o maior da história brasileira.
É um resultado baixo se comparado ao dos Estados Unidos, por exemplo, onde o PIB per capita supera os US$ 46 mil. Mas superior ao da China (US$ 6,5 mil) e Índia (cerca de US$ 3 mil). É por isso que alguns especialistas argumentam que o Brasil não precisa almejar as taxas de crescimento da China e da Índia ? o estágio de desenvolvimento já está mais avançado por aqui.
? O problema do PIB per capita é que se trata da média. Como sabemos, o Brasil é um dos países com a maior desigualdade do mundo ? lembra o economista Simão Davi Silber, professor da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (USP).
O Brasil tem o 9º maior PIB do mundo, mas é apenas o 73ºno ranking do PIB per capita.
Além disso, a despeito do crescimento mais forte da economia brasileira nos anos recentes, o país perdeu participação no Produto Interno Bruto (PIB) mundial. Em 2002, a fatia era de 2,92%. Ao final deste ano, segundo projeção do FMI, deve ser de 2,90%.
É uma diferença pequena, mas, segundo especialistas, nada desprezível, levando-se em conta que o Brasil ainda é uma nação emergente. Se não precisa ? e não consegue ? crescer como China e Índia, tampouco deveria se contentar com um ritmo de país desenvolvido.
O PIB nacional cresceu, em média, 3,6% ao ano desde o início do governo Lula, em 2003. O resultado é maior do que a média das décadas de 1980 (1,7%) e de 1990 (2,6%), mas menos do que o mundo, que se expandiu 3,7%, em média, entre 2003 e 2009.
Em 2000, a China tinha 7%, a Índia, 4%, e o Brasil, 2,95% do PIB global. Os chineses devem encerrar 2010, segundo o FMI, com 13% e os indianos, com 5%.