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Replantio eleva os custos da produção de milho

Com prejuízo causado pelo clima, produtores do Rio Grande do Sul tiveram de efetuar mais uma semeaduraA destruição das lavouras de milho causada pelo clima obriga agricultores do norte do Rio Grande do Sul a replantar o grão. Como efeito, o custo da produção subiu, chegando a dobrar em algumas propriedades da região.

Essa realidade é vivida pelo produtor Vilson Paulo von Frühauf, 52 anos, que perdeu 98% dos 70 hectares cultivados nos municípios gaúchos de Não-Me-Toque, Victor Graeff e Lagoa dos Três Cantos. A maior perda para o milho foi causada pela geada do fim de setembro, que atingiu plantas em fase de crescimento.

Cerca de 80% dos 71 municípios atendidos pela Emater na região de Passo Fundo (RS) tiveram problemas e, em algumas propriedades, as perdas são totais, segundo o engenheiro agrônomo Cláudio Dóro.

– Recomendamos aos produtores que esperassem cerca de duas semanas para ver se as plantas se recuperavam, mas em alguns casos as perdas foram irreversíveis – afirma o especialista da Emater.

A saída para muitos foi o replantio do milho ou o cultivo de outras lavouras, como a soja. O levantamento geral da Emater de áreas replantadas deve sair em 15 dias.

– Cada agricultor tem de plantar duas vezes para colher uma. O custo da produção se eleva, e o lucro fica menor – comenta Dóro.

É o caso de Frühauf, que trabalha para replantar 32 hectares de milho perdidos em Victor Graeff.

-Tive de comprar de novo as sementes e não encontrei as variedades que queria. Com certeza, minha produtividade será menor – lamenta.

Para o analista de mercado Carlos Cogo, a insistência no milho faz sentido. Mas é preciso que os produtores fiquem sempre atentos às condições climáticas.

– Os agricultores não devem desistir do milho. O mercado está mais favorável até mesmo do que o de soja – garante o consultor.

Segundo Cogo, a explicação para o cenário positivo é justamente a quebra da safra de milho nos Estados Unidos: como a cultura foi mais prejudicada pela seca do que a soja, a tendência é de que o preço do milho se sustente nos próximos meses e que o valor se mantenha alto a longo prazo. Para 2013, a estimativa é de que as exportações brasileiras de milho continuem crescendo, especialmente no primeiro semestre, também em decorrência da queda dos volumes nos EUA – maiores produtores mundiais do grão.

>>Veja a matéria original em Zero Hora

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