? Quando ocorrem os picos nos preços do leite longa vida na gôndola do supermercado, os produtores nunca participam disso ? afirmou o representante da CNA aos deputados.
? Ou seja, o preço que a indústria está vendendo para o atacado é em torno de duas vezes mais do que o valor pago pela matéria-prima ao produtor ? acrescentou.
Para Alvim, a culpa pela alta do preço do leite é da indústria de processamento, do monopólio da fabricação das embalagens de leite longa vida e dos supermercados.
Ele também criticou o governo, que teria autorizado a importação de leite de países do Mercosul, como Uruguai e Argentina, a preços abaixo dos vigentes no mercado. Para ele, é preciso que os produtores estejam unidos em cooperativas, como ocorre em outros países do mundo.
? Os produtores têm que entender que no mundo inteiro a agropecuária é cooperativada e, mais ainda, o leite ? argumentou.
Ainda segundo o presidente da CNA, na Nova Zelândia, que é o país mais eficiente do mundo e detém mais de 35% da fatia do mercado mundial, 100% do leite é captado em cooperativas e cooperativas grandes, com escala. No país, apenas uma cooperativa capta 95% da produção de leite. Ele citou também o exemplo dos Estados Unidos, onde uma cooperativa capta 23 bilhões de litros por ano, o que corresponde a quase toda produção brasileira.
Alvim afirmou também que a resistência dos produtores de leite no país em se organizar em cooperativas ocorre devido a experiências fracassadas. Mas, para ele, o fracasso no passado não foi reflexo do modelo e sim das pessoas que estiveram à frente das cooperativas.
? Não fomos bem-sucedidos nas cooperativas que tivemos, que chegaram a captar 60% do leite do país por uma questão de gestão. Temos que profissionalizar a gestão das nossas cooperativas ? sugeriu.