Representante da Monsanto diz que Intacta RR2 pode gerar produção de 83 sacas por hectare

Diretor de Estratégias e Gerenciamento de Produtos da Monsanto esclarece os principais pontos sobre o acordo disponível aos produtores em relação à soja RR2 

O diretor de Estratégias e Gerenciamento de Produtos da Monsanto no país, Marcio Santos, afirmou nesta quinta, dia 25, que a variedade Intacta pode contribuir com aumento substancial na lavoura dos produtores. Nos testes de produção com a variedade Intacta em sua propriedade, Marcio Santos disse que chegou a uma produção de 83 sacas por hectare.

Ele destacou que o mercado de soja brasileiro precisa reconhecer a importância da tecnologia. Em entrevista ao programa Mercado e Companhia, do Canal Rural, ele esclareceu o acordo firmado na quarta, dia 24, entre a Famato e a Monsanto.

O trato disponibiliza desconto na utilização da Intacta Roundup Ready 2 Pro (RR2), soja de segunda geração patenteada pela multinacional, nas próximas quatro safras, em troca do fim do ressarcimento a produtores que pagaram royalties supostamente indevidos pelo uso da RR1 nos últimos anos.

>> Entenda a polêmica que envolve acobrança de royalties da Monsanto sobre soja transgênica no Brasil 

Questionado sobre o preço pago pela patente da soja RR2, que será de R$ 115,00 o hectare para quem não assinar o acordo e de R$ 96,5 para quem aderir à proposta (o hectare cobrado pela utilização da RR1 era de R$ 22,00), Santos destacou a alta produtividade da semente como um dos motivos:

– [O preço] é fruto dos benefícios que a variedade traz, que são três: diferencial de produtividade, controle das quatro principais pragas que atingem as lavouras, além da supressão da Helicoverpa e do benefício uso da tecnologia RR.

O acordo foi assinado por vários sindicatos de Mato Grosso, embora alguns tenham se oposto. O pacto está disponível para todos os produtores do Brasil. A Aprosoja-RS se posicionou contrária ao acordo e afirmou que não vai aderir e que não foi consultada. Se o produtor não aceitar, pode entrar individualmente na Justiça.

Santos explica que a elaboração do contrato durou cerca de 14 meses, quando foram realizados encontros com as principais entidades rurais do país, federações, Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA), Associação dos Produtores de Soja e Milho (Aprosoja) e associações.

– O Brasil é um dos principais mercados de soja do mundo e a gente precisava criar uma base onde o produtor reconhecesse a importância da tecnologia e se dispusesse a pagar pelo investimento. Aí que começou o acordo. Construímos um documento com as entidades chamado Declaração de Princípios, que reconhece a propriedade intelectual e que acerta o pagamento a cada uso da tecnologia.

Ele ressaltou, ainda, que o acordo é uma alternativa para o produtor que não quiser mais discutir sobre a restituição financeira sobre a aquisição da tecnologia RR.

–  Isso [discutir] não faz parte da agenda do produtor, a agenda do produtor é produzir – enfatizou.

A RR2 foi lançada de forma comercial no país nesta quarta, dia 24, junto com a solução encontrada entre produtores rurais mato-grossenses e a empresa. A polêmica veio à tona em junho de 2012, quando a Famato e outros sindicatos rurais ingressaram com uma ação coletiva contra a Monsanto, alegando que os royalties cobrados pela empresa pela utilização da soja RR1 eram indevidos, já que a patente sobre o grão havia expirado em agosto de 2010. Depois de recorrer duas vezes da ação, a multinacional propôs desconto na utilização da RR2 em troca da retirada da ação na Justiça pela Famato e do fim do ressarcimento aos agricultores.

O representante da Monsanto alertou para a grande quantidade de variedades de soja disponíveis no Brasil.

– Noventa por cento do mercado é feito com sementes de tecnologia RR, há mais de 260 variedades com essa tecnologia e mais de 50 de soja convencional. O produtor está pleno de opções. Há mais de 300 variedades de soja.

Assista a entrevista completa no vídeo abaixo:

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