– Na verdade, os fatos levantados não são novos, eles são crônicos e já vem há bastante tempo, mas o que diferencia este trabalho é que nós fomos realmente levantar nas diferentes cidades de Mato Grosso os problemas que implicam em baixa produtividade, bem como na nossa competitividade. Contratamos alguém com experiência em governança, que é a Fundação Dom Cabral. Elaboramos este trabalho para não levar somente o que está errado, mas também alternativa na solução destes problemas, este é o diferencial. Não estamos só apontando erros, estamos levando ideias para que isso seja corrigido nos próximos governos – explica o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (Famato), Normando Corral.
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As péssimas condições da infraestrutura e logística foram os principais motivos de reclamação da cadeia produtiva do Estado. O relatório aponta possíveis saídas para solucionar estes gargalos. A ideia é que o documento possa ser usado como uma ferramenta para o futuro governador de Mato Grosso.
– O que a gente coloca nas perspectivas de estratégia, além de resolver questões ambientais, tributárias e logísticas, também tem uma visão em longo prazo. O Estado precisa ser visto de uma perspectiva holística. Colocamos as ideias no eixo de intensificação, como aumentar a produção, potencializar regiões subdesenvolvidas e a agroindustrialização. Hoje, entre 70 e 80% do que se produz aqui não é industrializado em Mato Grosso, isso afeta diretamente a rentabilidade do produtor. Também olhamos em longo prazo para apontar quais serão as novas cadeias que podem trazer um crescimento sustentável para o Estado – ressalta o professor da Fundação Dom Cabral Marçal Chagas.
As agendas foram entregues pelas principais lideranças do agronegócio no Estado aos três candidatos que estão mais bem colocados nas pesquisas. Pedro Taques (PDT) foi o primeiro participante, ele prometeu incentivar a agricultura familiar, resolver a complexidade no sistema tributário do Estado, dar mais agilidade nas licenças ambientais e defendeu uma maior competitividade nos modais de transporte.
O candidato do PSD, José Riva, também adotou o mesmo raciocínio. Ele defendeu a reestruturação nos dois órgãos de fiscalização do Estado, tanto a Secretaria de Meio Ambiente quanto a do Instituto de Defesa Agropecuária (Indea-MT). Riva também falou sobre a integração de rodovias, ferrovias e hidrovias. O candidato do PT, Lúdio Cabaral, destacou a parceria entre o governo estadual e federal para os investimentos em logística no em Mato Grosso. Ele também falou de seus projetos para as rodovias que cruzam o Estado.
As lideranças do agronegócio local que participaram do evento ficaram satisfeitas com a iniciativa de aproxima o setor produtivo dos candidatos
– Nós temos uma responsabilidade muito grande, não só na cadeia produtiva do Estado, mas na gestão do governo como um todo. Nós chegamos a seguinte conclusão: temos que participar do processo administrativo do nosso Estado e levar de uma forma escrita ao governo os nossos anseios e, ao mesmo tempo, nos colocarmos à disposição para contribuir com o futuro governante naquilo que depende do nosso setor – comenta Nelson Picolli, produtor rural e diretor da Aprosoja-MT.
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