Piccin informou que o Brasil não tem problemas na produção de alimentos, mas sim na distribuição, que é dificultada pela concentração de renda. Para ele, a erradicação da fome deve ser guiada pela ampliação de programas de distribuição de alimentos e por estratégias de fortalecimento da agricultura, geração de renda e articulação dos programas sociais.
De acordo com dados do ministério, 80% do dinheiro do Programa Bolsa Família é destinado para a compra de alimentos, e o programa aumentou em 29% a renda familiar dos beneficiados.
Ainda de acordo com o diretor, 95% dos beneficiários não deixaram de trabalhar, o que foi questionado pelos mexicanos. Segundo Luis Fernandéz Godard, coordenador de Promoção e Desenvolvimento Humano da FAO, muitas das pessoas que participam do programa semelhante em seu país, chamado Oportunidades, ficam acomodadas.
? Observamos que a transferência pode inibir a criatividade. O trabalhador exerce uma função não muito rentável e não tenta sair disso porque sabe que pode contar com o governo ? afirmou.
Segundo Godard, um projeto da FAO e da Secretaria de Agricultura do México busca coordenar as ações de combate à pobreza no país, mas faltam projetos que complementem o programa Oportunidades.
Segundo ele, a experiência brasileira ? que articula programas como Bolsa Família, Merenda Escolar e Programa de Aquisição de Alimentos ? pode ajudá-los a melhorar este aspecto, pois, “com o isolamento, não há combate à pobreza”.