Resolução da Anvisa causará prejuízo e aumentará contrabando de cigarro, dizem fumicultores

Setor repercute proibição da Anvisa do uso de aditivos de aromas e saboresProdutores de tabaco e indústria fumageira ainda calculam os prováveis prejuízos causados pela resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), publicada na semana passada, que proíbe o uso de aditivos com aromas e sabores na fabricação de cigarros. A Anvisa deu prazo de dois anos para as indústrias adequarem as linhas de produção às novas regras.

O Brasil é o maior exportador de fumo do mundo e o segundo maior produtor. A nova regra preocupa as 187 mil famílias que vivem da cultura nos três Estados do Sul.

– O produtor está sempre com alguma coisa dando contra. É o tempo, agora a Anvisa – desabafa Laiton Vargas, fumicultor há 70 anos em Venâncio Aires, na região do Vale do Rio Pardo, no Rio Grande do Sul.

Além dos impactos econômicos, o setor teme o aumento do consumo de cigarros ilegais. De acordo com a Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), 30% dos cigarros consumidos no país são contrabandeados.

– Quanto mais restrições em relação à própria composição do cigarro existirem, o consumidor que é fumante mais vai buscar esse produto de uma maneira mais acessível. Se não for legal, será ilegal, e aí favorece o contrabando – avalia o tesoureiro da Afubra, Marcílio Drescher.