Com o surgimento de uma classe média cada vez maior nos países emergentes, o consumo de alimentos aumentou, mas a produção não cresceu da mesma forma. Os preços internacionais dispararam, mas não é só isso.
? Juntando aos subsídios e toda a situação mundial, por exemplo, fertilizantes usam petróleo para serem produzidos, o preço está aumentando de tudo ? disse Rafael Duarte, professor de Relações Internacionais da Universidade de Brasília (UnB).
Os países que compõem o G20, responsáveis por 85% da produção agrícola mundial, firmaram um acordo que prevê o aumento da produção como forma de reduzir os preços das commodities. Para o especialista Luis Vicente Gentil, o Brasil, no entanto, não pode se restringir ao fornecimento de produtos básicos.
? As declarações do nosso ministro da Agricultura foram extremamente firmes, inteligentes. Esse é o caminho que a gente deve seguir. Nós brasileiros devemos defender os nossos interesses, as nossas condições e fazer com que nós possamos exportar não matérias-primas a preço vil, mas sim matérias-primas já com valor agregado e produtos industrializados ? falou Luis Vicente Gentil, professor de Agronegócio da Universidade de Brasília.
Além disso, o grupo se comprometeu a transferir tecnologia aos países em desenvolvimento. A decisão do G20 não é por acaso. A alta dos preços alimentos está provocando uma insegurança alimentar mundial.
? No norte da África está tendo uma emigração em massa, uma fuga em massa para a Europa, e essas pessoas estão inchando a Europa, que está numa crise financeira muito profunda em função do euro. A questão da alta dos alimentos está contribuindo para um fluxo de pessoas na Europa criando todo um movimento de instabilidade ? observou Rafael Duarte.