Restrição argentina contraria esforço de integração, diz Guedes Pinto

Vice-diretor de Agronegócios do BB não acredita que país vizinho vá cumprir a ameaça e impor restrições a produtos agrícolasO vice-diretor de Agronegócios do Banco do Brasil (BB), Luis Carlos Guedes Pinto, disse que a decisão da Argentina de impor restrições a produtos agrícolas que tenham similares no mercado local "contraria o esforço de integração do Mercosul". Ele não acredita que a Argentina vá cumprir a ameaça e barrar as importações a partir do dia 1º de junho.

? Não acredito que isso vá acontecer. Essa barreira pode trazer uma série de problemas para a Argentina ? disse Guedes Pinto, ex-ministro da Agricultura.

Pratini de Moraes, também ex-ministro da Agricultura e ex-presidente da Associação
Brasileira da Indústria Exportadora de Carne (Abiec), avaliou que a “Argentina vai se arrepender amargamente de impor restrições”.

? Essa decisão vai custar caro à Argentina ? disse, lembrando que países prejudicados pelo embargo da Argentina também poderão restringir as compras dos produtos agrícolas argentinos.

Pratini citou nominalmente o trigo, cereal que o Brasil importa do país vizinho.

Para ele, fechar a economia de um país é uma medida “drástica” que só é justificada em uma situação de emergência, como é o caso de um período de guerra. Pratini e Guedes Pinto participam do Fórum Regional da América Latina do World Agricultura Forum (WAF), em Brasília. O objetivo do fórum é discutir, nesta quarta, dia 12, e quinta, 13, o papel da América Latina na produção de alimentos em 2050.

O ex-secretário da Agricultura da Argentina, Miguel Campos, falou sobre o potencial de produção na região. Ele estimou que a produção mundial deve crescer 70% para suprir a demanda por alimentos em 2050. Para ele, a América Latina “é candidata a cumprir” esse desafio. Para Guedes Pinto, para produzir mais, o Brasil precisa investir em pesquisa, seguro agrícola, infraestrutura e armazenagem. Ele também defendeu a revisão da política agrícola.