No primeiro comunicado, no dia 19 de julho o Ibama informou, em caráter cautelar, que a aplicação por pulverização aérea estava desautorizada em todo o país. Somente a pulverização terrestre está liberada.
— O Ibama alega que a pulverização aérea causa melhor deriva nas pulverizações, mas isso não é verdade, porque os equipamentos terrestres também podem causar deriva. Não existem dados provando que os casos que aconteceram com abelhas foram causados por pulverização aérea — explica Nelson Paim, presidente do Sindicato da Aviação Agrícola (Sindag).
Pela determinação do Ibama, os ingredientes ativos que contenham os princípios imidacloprido, clotianidina, fipronil e tiametoxam estão proibidos.
A determinação causou surpresa ao setor, que se mobilizou para tentar reverter a situação, o que, em parte, deu certo. No dia 2 de outubro, o Ministério da Agricultura emitiu um novo comunicado, ratificando a medida com ressalvas em algumas culturas.
De acordo com o Ibama, as restrições estão nas culturas da soja e cana-de-açúcar. Na soja o uso de defensivos por via aérea se restringe a somente uma aplicação em todo o ciclo da cultura. Na produção de sementes de soja, estão liberadas duas aplicações e no algodão, elas estão totalmente proibidas. As culturas do arroz e do trigo seguem sem restrições para uso de agrotóxicos.
Para o presidente do Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola, a decisão é uma discriminação ao setor e pode provocar perdas na agricultura do país.
— Nós acreditamos numa discriminação, uma pressão diferenciada na tecnologia de pulverização aérea. Segundo levantamentos da Aprosoja e Embrapa, o prejuízo mantendo a restrição dos quatro princípios ativos neste ano, nesta safra 2012 chega a R$ 6 bilhões.
A determinação do Ibama tem duração até 13 de julho do ano que vem, quando será realizada uma nova avaliação. Hoje, segundo a Agência Nacional de Aviação Civil, a frota aeroagrícola ultrapassa o numero de 1,7 mil no Brasil, a segunda maior do mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos.