– Os produtores brasileiros não precisam se preocupar com a suspensão das importações pela Rússia, pois o potencial de vendas do milho brasileiro não será afetado. Esta decisão foi tomada de forma precipitada – valendo-se do princípio da precaução – após a publicação de um estudo controverso sobre uma variedade de milho transgênico em ratos de laboratório – afirma Paolinelli. Ainda, segundo Paolinelli, o princípio da precaução serve para gerenciar riscos e não para avaliá-los.
De acordo com dados da consultoria de economia agrícola Céleres, a Rússia não está entre os principais países compradores de milho do Brasil. De agosto de 2011 até agora, o Brasil exportou cerca de 120 mil toneladas de milho para a União Europeia e ainda menos do que isso para a Rússia. No mesmo período, o Brasil exportou mais de 12 milhões de toneladas do cereal.
Para Paolinelli, o volume de milho brasileiro com destino à Rússia é insignificante, pois o foco do país são as carnes suínas e bovinas.
– Não há chances de o produtor brasileiro sair prejudicado. Além disso, há 10 anos este milho é consumido no mundo e também usado para alimentar animais. Nunca houve qualquer caso parecido – completa. O Brasil é um grande produtor de grãos e consome mais de 50 milhões de toneladas de milho anualmente.