Somente a exportação de grãos atingiu uma receita de quase US$ 32 bilhões em 2012, US$ 1 bilhão a mais do que a receita alcançada pelo minério de ferro, que até então, sempre aparecia em primeiro lugar na pauta das exportações.
O resultado positivo é consequência, principalmente, da grande safra de milho e do preço valorizado em função da seca nos Estados Unidos. Em volume, a exportação do grão chegou a 20 milhões de toneladas, mais do que o dobro do que em 2011.
— Os preços subiram de tal maneira que o agricultor ficou independente. Ele não depende de ajuda, ele tem um preço e alternando com a soja, tem uma renda boa — afirma o diretor-geral da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais, Sergio Mendes.
Mesmo enfrentando problemas ocasionados pelo clima, o complexo soja exportou 33 milhões de toneladas, a mesma quantidade de 2011. Para 2013 a expectativa é alta.
—A perspectiva é 39 milhões, 40 milhões de toneladas e é isto que chama a atenção — diz Mendes.
Outro setor que contribuiu de maneira positiva com a balança comercial foi o da carne, que encerrou 2012 superando o recorde de 2008, fechando o ano com uma receita 8,5% maior do que em 2011.
— Foi um recorde de US$ 5,7 bilhões. O Brasil vem recuperando esta exportação, que sofre uma queda em 2008, no auge de uma crise financeira mundial. De 2009 para cá, a gente só vem crescendo — afirma Fernando Sampaio, diretor executivo da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec).
O volume de carne exportada, que não crescia desde 2008, encerrou o ano com alta de 15%, 1,240 milhão de toneladas a mais do que em 2011.
— O que aconteceu nos últimos três anos é que a indústria brasileira tinha perdido um pouco da competitividade, até por uma questão cambial do exportador — diz Sampaio.
Nem a recente polêmica com o caso não clássico de vaca louca registrado no Paraná desanima as projeções para o setor em 2013.
— A gente espera em 2013 continuar crescendo no volume e faturamento também, mas o momento exige cautela. Estamos trabalhando com o Ministério da Agricultura, Ministério das Relações Exteriores, que é o que importa para eles — estima Sampaio.