Embora o governo mantenha segredo sobre a composição da lista, já está decidido que os produtos do algodão, como fios, fibras, tecidos e confecções que estavam na relação preliminar, serão mantidos. Isso porque a disputa com os Estados Unidos envolve a concessão de subsídios para a produção e exportação de algodão pelo governo norte-americano.
A Organização Mundial do Comércio (OMC) determinou a retirada dos subsídios. Como isso não ocorreu, o Brasil ganhou o direito de retaliar as importações de produtos dos EUA. Os produtos de algodão representaram US$ 102,8 milhões em importações dos Estados Unidos em 2008. Como o valor autorizado pela OMC para retaliação na área de bens é de US$ 560 milhões, outros itens de bens de consumo e insumos serão incluídos como alimentos, minerais, químicos, papel, veículos, cosméticos e outros.
A retaliação entrará em vigor 30 dias após a publicação da lista no Diário Oficial. O governo brasileiro tem esperanças de receber, nesse período, uma contraproposta dos EUA que evite o aumento da alíquota de importação para estes produtos.
A divulgação da relação aconteceria na segunda-feira passada, mas por causa da visita da secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, na última quarta-feira, foi adiada em uma semana.
O governo brasileiro também deve concluir este mês a lista de retaliações na área de propriedade intelectual e serviços, que deve somar outros US$ 280 milhões. Esta é a área mais sensível para os EUA porque envolve a quebra de patentes de medicamentos. O setor farmacêutico norte-americano tem pressionado o governo local a negociar com o Brasil para evitar a retaliação.