– Mesmo com as dificuldades, com as interrupções das linhas de exportação, em especial os créditos, se buscaram alternativas. O mercado interno garantiu uma posição importante para os produtos agropecuários e as coisas foram retornando ao normal. O mundo não acabou.
Segundo o presidente da OCB, houve perdas no setor, dívidas de problemas passados, mas se buscaram alternativas e os mercados estão se retomando ou novos mercados estão se abrindo. Ele acredita que o problema é que a crise não era do crédito, mas de credibilidade, e isso tornou o acesso ao crédito muito difícil.
– Mas nós chegamos ao final do ano com uma retomada relativamente boa, se pensarmos como era o horizonte lá no início – ressalta.
Freitas salienta que não se pode reclamar de falta de apoio de políticas públicas, pois elas aconteceram e em tempo. Mas que houve problemas no acesso ao crédito pelos produtores por causa da retração das instituições financeiras. O presidente da OCB acredita que o governo acabou reconhecendo a necessidade de um ajuste do endividamento, mas que não é o suficiente.
– A dívida existe, o produtor vai ter que ter renda numa próxima safra para pagar seus custeios, e essa dívida acumulada. Mas pelo menos tirou aquela pressão imediata.
Para 2010, Freitas vislumbra um cenário mais positivo, já que, pelo menos no Brasil, o setor está numa curva ascendente. Ele acredita na volta de uma normalidade de mercados, além de uma safra melhor que, se não for recorde, vai ser muito próxima. O presidente da OCB orienta que os produtores façam um acompanhamento de tendência de mercados, para direcionar intenções e buscas de negócios. E espera também que se trabalhe melhor o mercado interno.
– O Brasil tem 190 milhões de consumidores, é o nosso principal mercado. Muitas vezes ficamos focados nas exportações, mas elas não sustentam numa hora de dificuldade como foi este período – afirma Freitas.