O tradicional almoço da bancada ruralista desta terça, dia 7, contou com a presença do ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima. O setor aproveitou a presença do representante do governo para tocar em pontos importantes, como a escassez de milho e a demarcação de terras indígenas.
Geddel foi recebido por cerca de 40 deputados da Frente Parlamentar da Agropecuária e demonstrou apoio ao agronegócio, prometendo agendar uma visita com o presidente Michel Temer. “Eu levarei ao presidente esse encontro que tivemos e vou agendar uma vinda dele aqui pra que ele próprio possa não só trocar ideias, mas quem sabe até já anunciar algumas medidas do governo que possam vir ao encontro daquilo que é uma legítima, justa e, sobretudo, necessária reivindicação da FPA”, disse o ministro.
A declaração foi bem recebida pelo presidente da frente, deputado Marcos Montes (PSD-MG), que tem esperança de boas novas para os produtores rurais. “O presidente interino vir aqui é uma demonstração clara da importância do setor. Nós ajudamos a colocar esse governo e temos esperança que ele irá ajudar”, disse o deputado.
Os parlamentares pediram ao ministro que acelere a liberação do milho que está retido nos estoques da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O objetivo é conter a crise de abastecimento do grão no Brasil. “Eu estou levando essas questões ao Presidente da República, em função, inclusive, da representatividade da frente parlamentar. Nós reconhecemos não só pela força que tem no Congresso, mas, sobretudo, pela força que tem na economia real”, disse Geddel Vieira Lima.
O setor ainda reivindicou que o governo revogue a decisão de Dilma Rousseff, que determinou a demarcação de terras indígenas, contrariando – segundo os parlamentares – uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). “O Supremo estabeleceu 19 condicionantes a serem cumpridas para que as terras indígenas sejam demarcadas e o governo suspendeu essa resolução e começou, até de uma forma muito subjetiva, a fazer as demarcações ignorando a própria posição do STF. O que nós queremos é que ele (Temer) suspenda essa decisão de não apreciar essas 19 condicionantes que o supremo já estabeleceu. É algo inacreditável”, falou Marcos Montes.
O ministro também foi questionado sobre os pedidos de prisão de parlamentares, feitos pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao STF. Geddel, no entanto, evitou o assunto e encerrou a entrevista quando a pergunta foi feita. “Hoje só estou avaliando mesmo a pauta que foi apresentada pela FPA. Em um segundo momento você me procura que aí eu faço avaliação sobre temas que eu não tive conhecimento ainda”, concluiu.