Reunião do grupo de trabalho do Cima ignora alta de preço do etanol

Encontro é tradicional e ocorre a cada 15 diasO grupo de trabalho do Conselho Interministerial do Açúcar e do Álcool (Cima) ignorou a alta de preço do etanol e não tratou do assunto em reunião nesta sexta, dia 7, no Ministério da Agricultura. O encontro é tradicional e ocorre a cada 15 dias.

De acordo com o diretor de cana e agroenergia do ministério, Cid Caldas, a reunião teve como tema apenas a avaliação do setor após a divulgação da terceira e última estimativa para a safra atual feita ontem pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

A possibilidade de se alterar a quantidade de álcool anidro misturada à gasolina – que atualmente é de 25%, mas pode chegar a 20% – sequer foi tratada, conforme Caldas.

? Isso nem foi discutido ? explicou ele à Agência Estado.

Ocorre que nesta quinta, dia 6, durante a apresentação dos números da Conab, o secretário de Produção e Agroenergia, Manoel Bertone, disse que o governo faria uma reunião para discutir o abastecimento de etanol no país.

? A oferta de álcool hidratado não está conseguindo atender a demanda. No hidratado, no entanto, temos a flexibilidade do carro bicombustível, que é importante para equalizar a relação entre oferta e demanda neste segmento ? disse o secretário na quinta-feira. A produção de álcool hidratado deverá atingir 19,6 bilhões de litros na safra 2010/2011, ante 18,8 bilhões de litros registrados na safra anterior, uma alta de 4,14%.

Reuniões do grupo de trabalho do Cima, como a que ocorreu na manhã desta sexta, são realizadas a cada 15 dias com representantes de todas as unidades produtoras do país. Nessas ocasiões, elas apresentam ao governo dados relacionados à moagem, produção de açúcar, produção de etanol, comercialização de produtos e volume de exportação. Como os temas são amplos, participam do encontro representantes dos Ministérios da Agricultura, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), de Minas e Energia (MME) e da Fazenda, além de técnicos da Agência Nacional do Petróleo (ANP).

Segundo o diretor de cana, se houvesse alguma preocupação em relação ao abastecimento de álcool no país, o assunto seria trazido pela ANP, que é a responsável por esse monitoramento. Da mesma forma, como cada representante tem seu ponto de vista sobre o tema, temores em relação ao preço seriam apresentados pela Fazenda; à produção, pela Agricultura; e à exportação, pelo MDIC.

Caldas confirmou que as mesmas avaliações feitas nesta sexta, muito em linha com os números da Conab, serão levadas ao setor produtivo em uma reunião prevista para ocorrer na próxima quarta, dia 12. Como o tema abastecimento ou mistura de etanol à gasolina não foi tratado, o assunto também deve estar fora da pauta na semana que vem.