Reunião de líderes partidários na Câmara é cancelada

Encontro que definiria data da votação do novo Código Florestal não ocorrerá nesta tarde por falta da participação do novo líder do governo na CasaAs mudanças realizadas pela presidente Dilma Rousseff nas lideranças do governo no Senado e na Câmara dos Deputados nas últimas 24 horas provocam consequências no andamento de algumas atividades. A reunião de líderes partidários que estava marcada para a tarde desta terça, dia 13, em que deveria ser definida a data da votação do novo Código Florestal pelos deputados, foi cancelada, em função da falta de participação do novo líder do governo na Casa. O nome do substituto de Cândido Vaccarezza (PT

O presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), se reúne, no entanto, em caráter informal com os líderes Antonio Carlos Magalhães Neto (DEM-BA) e Jilmar Tatto (PT-SP) para discutir a pauta de votações da semana.

Relator do Código Florestal considera remota possibilidade de votação esta semana

O relator do novo Código Florestal na Câmara, deputado Paulo Piau (PMDB-MG), considera remota a possibilidade de a matéria, já aprovada no Senado, ser levada ao Plenário da Casa ainda esta semana.

– Há consenso dos líderes de partidos sobre a necessidade de fazer logo a votação, mas é mais provável que isso só aconteça na próxima semana – diz.

Piau lembra que o decreto da presidente Dilma Rousseff sobre o uso do meio ambiente, que já foi prorrogado cinco vezes, vence no dia 15 de abril.  Se o Código não for logo aprovado, o deputado teme que persista a intranquilidade no meio rural, que ele diz constatar nos municípios de sua base eleitoral. 

– Os produtores iriam continuar recebendo multas, autuações, interdições, e até mesmo sendo presos, porque o uso da terra não está regulado – aponta.

O deputado ressalta que, de sua parte, o trabalho está feito. O relatório inclui a alternativa aprovada pelo Senado de proteção de cursos d’água de até 10 metros de largura com a recomposição de uma faixa de 15 metros de vegetação. Para rios maiores, a área teria entre 30 e 100 metros para recomposição. O relatório oferece a alternativa de que essa faixa (até 100 metros) seja regulamentada a critério dos governos federal e estaduais, segundo ele. 

O relator destaca ainda que o novo Código não resolverá a questão do zoneamento agrícola para grandes plantações, como as de soja e cana-de-açúcar.

– Há no Brasil uma deficiência para o entendimento da necessidade de produzir alimentos nas áreas mais próximas do consumo, que seria uma forma de conciliar custos elevados para a agricultura, como o do transporte – diz.

Para ele, como as políticas ambiental e agrícola não estão atreladas como deveriam, o produtor prefere usar novas áreas do que recuperar as antigas, porque fica mais barato. De acordo com o deputado, o texto levará tanto quem governa quanto quem está na área urbana a refletir sobre a questão.

– O mundo está carente de produtores e de trabalhadores rurais. Tudo por causa da dificuldade de como usar a terra – pontua.

Paulo Piau destaca que os Estados Unidos, a Europa e a Ásia investem na agricultura com pesados subsídios e diz que, se o Brasil não começar a usar suas terras de forma mais racional, no futuro, terá que também subsidiar o agricultor para que ele fique no campo. Na opinião do deputado, o que o governo oferece no momento, por meio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Famíliar (Pronaf) é ainda insuficiente para as necessidades do agricultor. 

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Infográfico: Confira os dois lados do relatório
do Código Florestal aprovado no Senado