Revisão da safra de laranja indica a menor produção desde 1988/1989

Pesquisa mostra queda de 18,77% na produção sobre as 300,65 milhões de caixas de laranja produzidas em 2015/2016

Fonte: Roberta Silveira/Canal Rural

A terceira Pesquisa de Estimativa de Safra (PES) de laranja 2016/2017 no parque comercial citrícola de São Paulo e Minas Gerais, divulgada nesta segunda-feira, dia 12, apontou uma produção de 244,2 milhões de caixas (40,8 kg). O número previsto aponta uma baixa de 1,9% ante o segundo levantamento, divulgado em setembro, de 249,04 milhões de caixas, e recuo de 0,6% sobre a previsão inicial, de maio, de 245,75 milhões de caixas.

A revisão mostra que a safra deve ter uma queda de 18,77% na produção sobre as 300,65 milhões de caixas de laranja produzidas em 2015/2016 e deverá ser a menor desde as 214 milhões de caixas da safra 1988/1989. O levantamento foi feito pelo Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus) da Citricultura, em parceria com a Markestrat, a Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto e o Departamento de Estatística da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Jaboticabal.

Segundo os pesquisadores, a revisão para uma safra menor do que as estimadas iniciais de 2016/2017 ocorre por causa da adequação técnica do chamado “fator de correção” elevado em 8% nesta reestimativa. A adequação do fator justifica-se em virtude da mudança na configuração dos pomares observada nos anos mais recentes, desencadeada, principalmente, pelo manejo de controle do greening, principal doença da citricultura, o que obrigou a eliminação de árvores doentes e substituição por mudas sadias.

“Isso resultou na formação de subconjuntos de plantas mais novas com produtividade menor do que as árvores do plantio original em um mesmo talhão. O impacto desses subconjuntos é significativo na safra atual, porque se acentuaram os desvios de produtividade entre as árvores de diferentes idades, visto que as mais jovens tiveram maior prejuízo no pegamento dos frutos”, relataram.

Segundo os pesquisadores, o total de frutos por caixas deve ser de 230 na atual estimativa, ante 240 na estimativa anterior, ou seja, as frutas estão maiores e são necessárias menos para atingir o peso da caixa. Contribuiu para este crescimento (nas frutas), a pluviometria acumulada de maio a novembro, 19% acima da prevista para o período. “A média das precipitações acumuladas nesses sete meses em todo parque citrícola atingiu 543 milímetros”, relataram os pesquisadores.

A taxa média de queda de frutos, considerando todas as variedades, foi reestimada de 14,86% para 13,73% entre os períodos. “O ritmo mais acelerado da colheita explica a diminuição da queda de frutos”. Até novembro a colheita atingiu 81% da produção, segundo o Fundecitrus, ante 72% em igual período da safra passada. A quarta florada não está considerada nesses percentuais e exigirá um repasse nos pomares para a retirada destes frutos, que poderá se estender até o próximo ano, segundo o Fundecitrus.