Mas a primeira análise do vírus influenza A (H1N1), publicada na edição desta sexta, dia 15, da revista Science, aponta que a decisão da OMS foi justificada. Segundo o estudo, feito por um grupo internacional de pesquisadores, a ameaça do vírus ainda não passou. Não por coincidência, no dia 12 a OMS divulgou que o número de casos passou dos 5 mil, em 30 países, com 61 mortes confirmadas.
Segundo a pesquisa, o vírus é transmitido mais facilmente do que o da gripe sazonal e é potencialmente tão letal como a gripe asiática de 1957, que causou a morte de cerca de 2 milhões de pessoas no mundo. No ano passado, uma análise feita pelo Banco Mundial concluiu que, se uma pandemia do tipo ocorresse atualmente, poderia matar mais de 14 milhões de pessoas e consumir 2% da economia mundial.
No estudo agora publicado, os cientistas basearam a análise em dados obtidos no México, incluindo a distribuição do vírus pela população e o potencial de provocar uma epidemia.
? Essa primeira análise indica que poderemos ter cenário compatível com os das pandemias do século 20 com relação à extensão da distribuição. Mas é muito difícil quantificar, no atual momento, o impacto que poderá ter na saúde humana ? disse Neil Ferguson, professor do Departamento de Epidemiologia e Doenças Infecciosas do Imperial College London, no Reino Unido.
Os autores do estudo ressaltam que os dados disponíveis atualmente ainda são muito incompletos e que incertezas a respeito da epidemia continuam, mas afirmam que a pesquisa poderá ajudar a definir uma base científica para as decisões em políticas públicas, como o fechamento de escolas em áreas de risco.
O artigo Pandemic potential of a novel strain of influenza A H1N1: early findings, de Neil Ferguson e outros, pode ser lido por assinantes na página da Science