O crescimento descontrolado impôs desafios à administração municipal. A chegada de tanta gente deixou expostas crianças e adolescentes ao aliciamento sexual – um problema evidente, mas que a prefeitura nega existir. No Centro de Referência Especializado de Assistência Social, a coordenadora nega deficiências no atendimento.
– Não houve um crescimento (dos casos de exploração) depois da instalação das usinas. Na verdade, elas foram positivas para o município, trouxeram desenvolvimento, tanto do comércio, quanto da rede de educação – afirma a coordenadora.
O discurso é o mesmo no Conselho Tutelar.
– Nós não temos fatos ou notícias de exploração sexual que tenham chegado até o conselho. Então, eu creio que não está relacionado com as pessoas que vêm trabalhar na usina do município – diz a conselheira tutelar.
De acordo com a vice-presidente Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente, Maria Carmen Carlino, a estrutura da rede de garantia dos Direitos da Crianças e do Adolescentes não acompanhou a nova realidade.
O grande número de casas de prostituição no município preocupa o Ministério Público. Na avaliação da promotora da Infância e da Juventude de Rio Brilhante, Rosalina Cruz Cavagnolli, são necessários mais profissionais para combater os casos de exploração sexual.
Hoje o Creas é composto por poucos profissionais, que acumulam muitas atribuições. Não há funcionários responsáveis especificamente pela prevenção e acompanhamento das vítimas de exploração sexual – afirma Rosalina.