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Agricultura

Rio Grande do Sul inicia o plantio do arroz

Área destinada à cultura no estado gaúcho tem queda de 10%

O Rio Grande do Sul deu início ao plantio da nova safra de arroz. Os trabalhos devem se intensificar em outubro, mas as máquinas já estão em campo. No ciclo 22/23, o estado gaúcho deve dedicar uma área menor para a cultura.

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Numa propriedade que fica na Região Metropolitana de Porto Alegre, a semente já está preparada e a lavoura começa a ganhar forma. De um lado seguem os manejos pré-plantio. Do outro, a máquina já vai fazendo o semeio.

Na fazenda de João Hanus, serão 1900 hectares no sistema pré-germinado, mesma área do ano passado. Ele, no entanto, está longe de ter animação em relação à cultura — o que pode explicar o fato de outros produtores passarem a se dedicar a outros produtos.

“Não sei se eu vou cobrir os meus custos” — João Hanus

“Se tivesse opção, eu não estaria mais plantando arroz. Eu estaria plantando soja, plantando milho, criando gado”, comentou em entrevista ao Canal Rural. “O arroz, do jeito que está hoje, eu não sei se eu vou cobrir os meus custos, mas como a gente deve, tem financiamento, então sou obrigado a manter e arriscar pra ver se consigo pagar ao menos o que eu devo”, registrou.

Arroz no RS: perda de espaço

arroz
Foto: Camila Domingues/Palácio Piratini

Conforme o levantamento feito pela Emater-RS, o Rio Grande do Sul vai reduzir a área de arroz em quase 10% no comparativo com a temporada anterior. O Estado, que responde por 70% da produção nacional do cereal, já chegou a plantar mais de 1 milhão de hectares. Nesta safra, entretanto, devem ser apenas 862 mil hectares.

Dessa forma, a produção deve cair 8%, com 615 mil toneladas a menos do que na safra passada. Assim, a expectativa é de somar pouco mais de 7 milhões de toneladas. Segundo a Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Fedearroz), são dois os motivos para essa queda:

  1. Baixa rentabilidade das lavouras;
  2. Altos custos de produção.

“Os insumos, como fertilizantes, e os combustíveis, como o óleo diesel, estão nas alturas. O fertilizante, por exemplo, dobrou de preço nos últimos dois anos”, observa Alexandre Velho, presidente da Fedearroz. “O custo de produção do arroz aumentou, em média, 60% em dois anos e os preços não acompanharam esse aumento do custo.”

Soja ganha vez

Colheita de soja | Foto: Wenderson Araujo/Trilux

Somente na metade sul do estado gaúcho, onde se planta mais arroz, a área de soja deve subir para 500 mil hectares. Por outro lado, a lavoura arrozeira deve perder 100 mil hectares. De acordo com Alexandre Velho, a mudança de cultura está diretamente ligada com a relação custo-benefício.

“O arroz não tem preço pré-fixado. Ou seja: não tem um mercado futuro como a soja” — Alexandre Velho

“A rotação de culturas tem se intensificado no sistema de produção e cada vez mais o arrozeiro vem plantando soja e também um pouco de milho nas áreas de arroz. Isso porque ele não está tendo rentabilidade. O arroz não tem preço pré-fixado. Ou seja: não tem um mercado futuro como a soja. Dessa forma, isso faz com que os produtores busquem alternativas”, afirma o executivo da Fedearroz.

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