A estimativa foi feita pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), com base na média de produtividade do cereal nos últimos cinco anos.
Ataídes Jacobsen, assistente técnico da Emater no Estado, afirmou que até o momento não há estimativa da redução do percentual de produção nos trigais gaúchos, a exemplo do que vem ocorrendo no Paraná.
? O último relatório do Departamento de Economia Rural indica quebra expressiva de 3,5 milhões de toneladas do cereal para 2,77 milhões de toneladas, ou seja, mais 20% da safra agrícola do grão, em função das adversidades climáticas ? destacou.
De acordo com Jacobsen, o que tem colaborado com o trigo gaúcho é a sequência de temperaturas baixas mesmo no início da primavera, uma vez que o frio impede a multiplicação de doenças fúngicas.
? A manutenção de temperaturas baixas nas regiões onde estão os campos de trigo inibe a explosão de moléstias nessa cultura. A área plantada no Estado atinge 800 mil hectares, incluindo, entre outros municípios, Ijuí, Passo Fundo, São Borja, Vacaria, Erechim e Santa Rosa ? acrescentou.
Ele disse, no entanto, que se continuar chovendo este mês, a qualidade do grão de trigo ficará prejudicada e não terá as características exigidas para atender à demanda da indústria panificadora nacional.
Dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indicam que o Rio Grande do Sul é responsável por 30% da produção nacional de trigo, estimada em 5,8 milhões de toneladas anuais. Produtores gaúchos reclamam que a saca de 60 quilos do cereal está sendo comercializada atualmente a R$ 22,00, quando o preço ideal deveria ser R$ 31,00.
O superintendente de Operações da Conab, João Paulo Moraes Filho, informou que o governo federal autorizou recentemente, por meio de portaria interministerial, o repasse de R$ 450 milhões para financiar produtores e cooperativas de trigo, com o objetivo de melhorar os mecanismos de comercialização. Segundo ele, a ideia é assegurar o preço mínimo do produto e o escoamento da produção.