– Vínhamos em uma expectativa de ano de El Niño, que não se confirmou. Não tivemos nenhum problema de estiagem em região produtora. O Estado passa por condições adequadas de clima e isso deve gerar produtividade recorde – explica o analista de mercado Carlos Cogo.
A produção de soja no Estado deve superar todas as safras passadas.
– A estimativa era que fosse um ano de recuperação, mas nós tivemos uma surpresa, uma produção estimada para a soja que teve um incremento de área superior a 420 mil hectares, chegando a uma produção recorde – pontua o superintendente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) no RS, Glauto Melo.
O produtor Valeriano Uhini aproveitou o bom momento da oleaginosa e aumentou a área de cultivo em 20% no momento em que preços começaram a disparar. Agora, a expectativa é de uma produtividade superior a 2011.
– Esperamos em torno de 50 ou 55 sacas por hectare, o que anima bastante o produtor – diz Uhini.
Com o valor que o agricultor receberá pelo grão, ele pretende reinvestir na lavoura e na soja.
– Se os preços continuarem bons, vamos aumentar mais 20% a área de plantio para o ano que vem – determina.
A rentabilidade também deve gerar aumento de vendas no comércio, que necessita do setor primário para alavancar os negócios.
– O setor primário é fundamental para a economia do Rio Grande do Sul, e tendo um ano muito bom na produção agrícola, as coisas tendem a melhorar – acrescenta Glauto Melo.
A colheita no Brasil deve totalizar 180,41 milhões de toneladas de grãos. A expectativa de grande produtividade também força a queda nas cotações. A previsão de nova estiagem nos Estados Unidos, no entanto, pode favorecer uma nova elevação nos preços.
– Nós estamos falando de recorde, foram US$ 17, 94/bushel para soja e US$ 8,31/buschel para o milho. Hoje, o milho está US$ 7 por bushel e a soja a US$ 13,50. Em caso de se confirmar prolongamento da seca nos Estados Unidos, a tendência é que esses patamares voltem – alerta Carlos Cogo.