Rio Grande do Sul não acredita na manutenção de barreira argentina a alimentos

Estado exportou cerca de US$ 2,13 bilhões para país vizinho em 2009O Rio Grande do Sul, que exportou cerca de US$ 2,13 bilhões para a Argentina em 2009, deverá ser prejudicado diretamente pelas medidas restritivas à compra de alimentos industrializados anunciadas ontem pelo governo do país vizinho. Segundo balanço da Secretaria de Desenvolvimento e Assuntos Internacionais, a corrente de comércio (toda a troca de mercadorias de um ano) entre o Estado e a Argentina chega a quase US$ 5 bilhões.

? É nosso principal parceiro comercial. Não acredito que a Argentina vá tomar essa decisão, seria trágica para os dois parceiros ? avaliou o secretário de Desenvolvimento do Estado, Josué de Souza Barbosa.

Para a Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), produtos como enlatados, embutidos e carnes de frango e suínos deverão perder mercados. Somente esse último item representa cerca de US$ 20 milhões por ano. Fumo manufaturado também faz parte de exportações gaúchas à Argentina, com US$ 15,5 milhões.

? Só tem jeito de equilibrar essa disputa adotando a mesma medida. Aí, nossos produtores de trigo sairiam ganhando ? defendeu o presidente da Farsul, Carlos Sperotto.

O Estado exporta para a Argentina 1.543 produtos e recebe 1.047 itens. Por isso, Sperotto, que é diretor de Comércio Exterior da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, disse não acreditar na manutenção da medida, classificada como “devaneio” do governo argentino.