Quarenta instituições participaram da reunião. Entre elas, a única cooperativa do Estado que produz etanol de cana-de-açúcar.
? A Coopercana é uma organização de agricultores composta na grande maioria de agricultores familiares, é um sistema produtivo diferenciado que envolve a cana-de-açúcar consorciada com outros alimentos e portanto, agrega valores ? conta o presidente da cooperativa, Gildo Bratz.
A cooperativa fica em Porto Xavier, na região norte, e produz sete milhões de litros de etanol ao ano. Apenas 5% do consumo gaúcho.
? Entra com algumas dificuldades, principalmente a questão da tecnologia industrial. Então a expansão está se dando gradativamente em função de que você tem que fazer mudanças e aí depende muito de política adequada pra que possa fazer também essas mudanças. É necessário hoje, até porque o Rio Grande do Sul tem condições de produzir cana-de-açúcar. Hoje em termos de sacarose a nossa cana está melhor que a de São Paulo. Pra esse ano, estamos em torno de 5% a mais que São Paulo ? relata Bratz.
O Rio Grande do Sul é responsável por um quarto da produção nacional de biodisel. Só no ano passado, as empresas gaúchas produziram 576 milhões de litros. Mas este ano até outubro a indústria gaúcha absorveu 30% dessa produção. A Câmara Temática pretende aprofundar pesquisas que tragam alternativas para solucionar os gargalos existentes na cadeia produtiva.
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? Nós precisamos fazer mais etanol, precisamos intensificar as pesquisas, trazer para o centro deste debate as pesquisas já realizadas, as experiências já feitas. Existem muitas outras iniciativas hoje sendo desenvolvidas no Estado e nós queremos trazer pra dentro da Câmara Temática, ou seja, não só o biodiesel que está absolutamente comprovado a sua viabilidade, e a sua rentabilidade para quem produz, e para os interesses do Estado, mas também com relação ao etanol, pelo que nós já verificamos ? relata o secretário estadual da Agricultura, Pecuária e Agronegócios do RS, Luiz Fernando Mainardi.
O encontro vai definir as entidades que vão compor grupos de trabalhos. Até 2012 todas as ações devem ser alinhadas pela câmara.
? Deverão mapear e diagnosticar os principais gargalos e potenciais de cada uma dessas cadeias produtivas do Rio Grande do Sul, tanto biodisel quanto etanol, quanto biogás e esse detalhamento, essa organização das cadeias produtivas, vão ajudar na condução de políticas públicas do Estado em relação a essas modalidades de agroenergia ? aponta o coordenador técnico da Câmara de Agroenergia, Valdecir Zonin.
Para Emater, a criação da Câmara de Agroenergia é fundamental para economia do Estado.
? Tendo em vista o acrescimento de ICMS que representa para o Estado e é um setor estratégico muito importante que fomenta a regulação do preço dos principais produtos agrícolas, como é o caso da soja, da canola, do próprio arroz que se encontra em dificuldade, no ultimo ano não teve um preço muito bom, então nesse sentido ele é muito importante ? opina o diretor administrativo Emater RS, Valdir Zonin.
