Rio Grande do Sul
Segundo a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), o milho deve ser a cultura mais atingida no Rio Grande do Sul, as perdas em relação à previsão inicial chegam a 25%, a produção não deve passar de 3,9 milhões de toneladas, 31% a menos do que na safra anterior.
A primeira safra de feijão do ano também deve apresentar uma queda na produção de pelo menos 11% em relação à safra anterior, e a tendência é que esses percentuais aumentem. O milho e o feijão foram os mais atingidos até o momento. Em dezembro as lavouras estavam na fase de floração e de enchimento dos grãos, o que acabou prejudicando a produtividade da lavoura. Isso também pode acontecer agora com a soja, até o fim de janeiro quase metade das lavouras entra em floração e, se os níveis de umidade continuarem baixos, a cultura deve ser seriamente atingida.
Além da seca, municípios do noroeste do Estado registraram chuva de granizo no final da tarde deste domingo. Em Santa Rosa, o temporal deixou parte da cidade sem luz. A temperatura caiu de mais de 35 °C para 27 C em menos de uma hora por causa da instabilidade. Além disso, em alguns locais choveu 20 milímetros e o vento derrubou árvores e postes. As cidades de Panambi e Cerro Largo também sofreram chuva de granizo mas não foram registrados estragos.
O governador em exercício Beto Grill deve ir nesta segunda, dia 9, à região noroeste do Rio Grande do Sul para avaliar a questão da seca. O objetivo é conferir as condições, principalmente nas áreas rurais, e também apresentar medidas emergenciais para amenizar os prejuízos nas lavouras.
Santa Catarina
Com o pasto seco, o gado perde peso e a produção de leite está comprometida em Santa Catarina. No oeste do Estado milhares de agricultores começaram 2012 com dívidas, eles investiram nas lavoras, na produção de leite, na pecuária e não vão ter o retorno esperado. Muitos produtores financiaram o plantio e o aumento do plantel de animais e já amargam prejuízos.
O campo não esperava uma seca tão forte já no início do verão, o resultado disso são reservatórios e açudes secos. Já são 63 municípios em situação de emergência no Estado, quase 400 mil pessoas atingidas e cerca de R$ 500 milhões em prejuízos. Caminhões-pipa não param de puxam água nas propriedades, as máquinas funcionam direto para transformar o que sobrou no milharal em alimentação para os animais. Nos aviários, os ventiladores funcionam dia e noite para evitar a morte das aves e com isso a conta de energia elétrica dos agricultores já dobrou.
De forma emergencial o Governo do Estado disponibilizou R$ 1,250 milhão para locar caminhões-pipa e máquinas para fazer silagem e alimentar os animais das propriedades. Segundo o prefeito do município de Planalto Alegre (SC), Edgar Rohrbeck, os maiores prejuízos estão localizados na produção do leite e nas pastagens. Para ele, os recursos ajudam a melhorar a situação.
– Várias famílias no nosso município não têm água potável para o consumo humano e esses recursos vão ajudam no transporte da água – afirma Rohrbeck.
Paraná
No Paraná, como nos outros Estados do Sul, é o clima seco que prejudica as lavouras. Culturas como soja, milho e feijão já apresentam perdas. A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado estima quebra na safra de 11,5% passando de 22 milhões de toneladas para 20 milhões de toneladas. A safra está comprometida principalmente nas regiões noroeste e oeste do Paraná.
Assista aos vídeos do Bom Dia Campo sobre a estiagem na região Sul
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