O quinto levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) prevê colheita de 22,398 milhões de toneladas no Rio Grande do Sul: 1,03% menor do que o resultado de 2007/2008 e 4,2% inferior ao previsto para o atual período no mês passado. O prejuízo causado pela estiagem nas lavouras no Estado só perde para o estrago feito no Paraná. No país, mesmo com a queda entre 6,5% e 8%, a safra deverá ser segunda maior da história ? 134,685 milhões de toneladas.
A demora da Conab em apontar a quebra de produção devido à seca tinha sido alvo de crítica dos produtores em levantamentos anteriores. A companhia argumentava que os dados refletem pesquisas de campo feitas cerca de um mês antes da publicação. A diferença entre o resultado do quarto levantamento e o atual é que as perdas causadas pela estiagem nas lavouras do milho ficam evidentes. O estudo mais recente prevê uma colheita de 4,437 milhões de toneladas do cereal neste verão, ou 14,8% menos do que a previsão de janeiro e 16,62% inferior ao previsto no ciclo 2007/2008. Para a soja, embora haja perda na relação com os dados do mês passado, a previsão ainda é de uma safra 0,8% maior do que a anterior, fechando em 7,839 milhões de toneladas. No arroz, a perspectiva é colher 7,606 milhões de toneladas: 3,3% mais do que em 2008.
Se o Rio Grande do Sul sofreu com a falta de chuva, para o Paraná a situação foi pior. Os dados da Conab demonstram que a safra do Estado será de 26,026 milhões de toneladas, ou seja, aproximadamente 4,5 milhões de toneladas ? 14,7% menos do que no ano anterior. Prejuízos que ajudam a puxar o levantamento nacional para baixo.
? A área de plantio nos últimos cinco anos se mantém em 47 milhões de hectares ? lembra o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes.
O que reduz a produção é a menor produtividade, problema que pode se agravar caso o clima não se recupere, especialmente na região sul do país.
? Infelizmente, a previsão de tempo para a região Sul aponta chuva 40% abaixo da normal e não sabemos ainda qual será o impacto na soja ? preocupa-se Sílvio Porto, da Conab.