Rio+20 não dará receita, mas poderá estimular ações ambientais, afirma ecologista

Segundo Sergio Besserman, os países enfrentam um momento histórico, quando têm que conciliar medidas contra a crise e desenvolvimento sustentávelO ecologista e presidente do grupo de trabalho da prefeitura do Rio para a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, Sergio Besserman, afirmou que o evento não dará a receita para o desenvolvimento sustentável, mas será uma oportunidade significativa para que as ações nessa área ganhem impulso.

A Conferência Rio+20 foi convocada, de acordo com Besserman, para discutir o desenvolvimento sustentável com foco na economia verde e no combate à pobreza.

– É preciso saber até onde irão a profundidade e a coragem de enfrentamento dos grandes problemas da crise ambiental, disse.

Para ele, a economia verde não pode restringir-se à questão das inovações tecnológicas que poupem os recursos naturais.

– E o combate à pobreza não pode esquecer os que mais sofrem nas várias dimensões da crise ambiental – aquecimento global, desertificação -, que são as populações pobres do planeta.

Segundo Besserman, o significado da Rio+20 deve ser discutir os modelos de economia de produção e de consumo que permitem a manutenção do processo de inclusão social, “sem ameaçar a civilização nos seus custos e perdas, no horizonte que já é visto”.

A conferência da ONU vai discutir também a questão da governança global. Na opinião do ambientalista, este é um momento singular da história, uma vez que os países têm que enfrentar uma crise econômica e, ao mesmo tempo, não perder de vista os limites do planeta.

Na Conferência da ONU sobre o Meio Ambiente de 1992, a Rio 92, havia, argumentou Besserman, um “otimismo ingênuo” de que não haveria grandes crises.

– Em 2012, sabemos que há um processo muito mais profundo e mais complexo, assim como as imensas transformações que a economia e a política global terão que passar.