A BR-163 é a principal via de escoamento destes produtos no Estado. no norte, próximo à divisa com o Pará, a circulação de caminhões é baixa. Isso porque não há asfalto no eixo. A ausência de infraestrutura impede que a produção agrícola do médio-norte mato-grossense siga o caminho mais curto até os portos. Em vez de direcionar a safra para o Porto de Santarém, os agricultores precisam enviar a produção até Santos (SP), ou Paranaguá (PR), percorrendo quase mil quilômetros a mais. Se a pavimentação da estrada estivesse concluída, a situação seria outra, de acordo com o presidente da Aprosoja MT, Carlos Favaro.
– Bom é algo entre US$ 30,00 e US$ 60,00 por tonelada. É impressionante como Mato Grosso vai se tornar competitivo. Nós estamos usando um jargão que eu não tenho dúvidas de que é verdadeiro: é a carta de alforria para os cidadãos. Tanto de Mato Grosso quanto do Pará. É a oportunidade de o Brasil se tornar eficiente, sem ficar entulhando os portos do Sul e Sudeste do país e exercer nossa vocação, que é exportar pelos portos do arco norte – diz.
Trinta e seis anos depois da inauguração, a rodovia Cuiabá-Santarém vive uma fase de expectativas. Até Guarantã do Norte (MT), tudo asfaltado. Dali em diante, um canteiro de obras pode ser visto ao longo dos mais de mil quilômetros até a cidade portuária. O ritmo das obras preocupa os produtores, que esperavam poder utilizar toda a rodovia para o escoamento da próxima safra de soja, que deve ser colhida no ano que vem.
– A gente espera que na safra 2013/2014 isso já esteja concluído. Porque a gente tem agora praticamente cinco, seis meses que as empresas poderão trabalhar, ganhar rendimento interessante. Tem áreas já prontas erguidas, compactadas. Então, eu espero que no próximo estradeiro a gente tenha uma evolução bem maior e possamos ter, se tudo der certo, a visão, o acompanhamento, e possamos contar com esta rodovia o quanto antes – afirma Luiz Nery Ribas, gerente técnico da Aprosoja MT.
A esperança é de que pelo menos o acesso até Miritituba, 360 quilômetros antes da cidade portuária, seja completamente asfaltado. Ali será implantada uma estação de transbordo de grãos. Seria uma alternativa para o setor produtivo, conforme explica o coordenador executivo do Movimento Pró-logística, Edeon Vaz Ferreira.
– Acredito que a gente vai ter esta rodovia pavimentada até Miritituba até novembro do próximo ano. O trecho até Santarém é mais complicado, porque passa pelo trecho Vila do 30 até Rurópolis. São 112,7 quilômetros e neste trecho nós vamos passar lá agora e vocês vão ver que não foi feito absolutamente nada. Porque a empresa quebrou há três anos, começou a obra naquela época e depois parou.
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