? Pela primeira vez nos últimos 10 anos, o crescimento da produtividade agrícola foi mais lento que o crescimento populacional ? declarou Thomas, em evento sobre os Brics promovido pela PUC-Rio e pela prefeitura do Rio de Janeiro.
Segundo ele, as regiões mais afetadas são África e Ásia, mas o Brasil também sofre com o problema – embora esteja em situação melhor do que a destes dois continentes.
? O problema do aumento da produtividade é global, não apenas da África e da Ásia, mas também da América Latina. Isso porque os investimentos das últimas décadas foram direcionados para a área urbana e para a indústria ? afirmou.
De acordo com Thomas, também houve algum investimento na área agrícola, porém menos em alimentação e mais no setor de commodities.
Na avaliação dele, os principais inibidores de um maior avanço da produtividade agrícola são os subsídios dados por países europeus e os Estados Unidos à produção de alimentos.
? Os subsídios de US$ 150 bilhões para alimentos, especialmente na Europa e nos Estados Unidos, prejudicam os investimentos para melhorar a produtividade na África e na América Latina ? disse. Ele avalia que é preciso uma coordenação internacional para resolver o problema.
O diretor-geral do Bird afirmou que, embora o Brasil não tenha melhorado o suficiente a produção agrícola nas últimas décadas, agora tem uma boa oportunidade de fazê-lo.
? O Brasil é um dos países em melhor situação para enfrentar este problema porque, assim como a Rússia, tem uma grande área cultivável e, além disso, os investimentos em pesquisa têm sido direcionados para aumentar a produtividade ? concluiu.