? O açúcar já está muito bem e deve continuar assim pelos próximos meses, enquanto a Índia permanecer fora do mercado. Com a geada na Flórida, o preço do suco de laranja já vem subindo e a tendência é de que o da laranja melhore também ? disse Rodrigues nessa segunda, dia 1º, após participar de evento sobre irrigação e uso racional da água na Fiesp.
Segundo Rodrigues, em janeiro, um terço das exportações brasileiras de açúcar foi comprado pela Índia – país que é um dos maiores produtores e consumidores da commodity, mas que, em função da queda da produção local de cana, passou temporariamente da condição de exportador para a de importador.
? Até agosto ou setembro, a Índia deve permanecer fora da produção e, a partir daí, deve ter uma participação mais efetiva no processo. Mas é preciso ver como será essa retomada da produção da Índia, de que forma impactará os preços ? disse Rodrigues.
Para o milho e o algodão, Rodrigues prevê estabilidade de preços, enquanto as cotações da soja devem ser pressionadas pela grande oferta assegurada por Brasil, Estados Unidos e Argentina. Rodrigues ressalva, contudo, que o preço das commodities dependerá de como o dólar se comportará ao longo do ano.
? Não arrisco previsão sobre isso, não há clareza sobre o que vai acontecer ? disse o ex-ministro, que considera que eventuais dificuldades nas exportações possam ser mitigadas pelo bom desempenho do mercado interno. “
? Basta ver o desempenho, na bolsa, de fabricantes de fertilizantes e óleo de soja ? disse Rodrigues, referindo-as a dois produtos com forte demanda doméstica.
Chuvas ainda são ameaça
As chuvas, por sua vez, devem prejudicar a produção agrícola de forma pontual, em determinados setores.
? Costumo dizer que é preferível perder por excesso de chuva do que por falta dela. Quando falta, todo mundo perde ? disse Rodrigues.
? Mas há, certamente, um problema sério para a produção de arroz no Rio Grande do Sul. E, em algumas partes, na colheita de soja também. As chuvas não são algo grave para o setor agrícola como um todo, mas há problemas pontuais.
O presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB), Cesário Ramalho da Silva, também presente ao evento, disse que a produção está sendo beneficiada pelo clima.
? Na minha região (Mato Grosso do Sul), está tudo bem. Teremos uma safra recorde de soja, não apenas em produção, mas também em produtividade. Estamos projetando 3 mil quilos por hectare, uma produtividade melhor do que a americana ? disse.