Nas mesas, os vendedores de 18 empresas regionais mostraram produtos, explicando a qualidade e falando de aspectos sanitários e ambientais na tentativa de atingir o mercado internacional e trazer para a cadeia do cereal um pensamento exportador.
? Começa com o projeto de compradores, depois feiras, algumas feiras setoriais, ou ida de vendedores e empresas brasileiras pra fazer rodada de negócios fora, que a gente chama de projeto vendedor. Com o tempo, as empresas vão pegando mais experiência e então vamos aprofundando para a parte de imagem, internacionalização de empresas. Éisso que a Apex procura fomentar nos setores produtivos brasileiros ? declarou o gestor de Projetos da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), Alberto Bicca, sobre o plano de inserção das empresas no mercado internacional.
Para a Cooplantio, as exportações são uma estratégia. No acumulado de 2011, a cooperativa vendeu para o exterior três vezes mais que em todo o ano passado.
? O nosso foco sempre foi, desde o início, buscar mercado lá fora. Nós temos algumas pessoas trabalhando conosco, abrindo clientes. E como somos o inverso da grande maioria das indústrias que tem o mercado interno como seu cliente principal, o nosso principal foco é o mercado externo ? explica o gestor da Unidade de Alimetnos da Cooplantio, Camilo Oliveira.
Mesmo com experiência no mercado internacional, a cooperativa também se beneficia da rodada de negócios.
? A rodada de negócios é muito interessante porque traz pessoas com as quais não temos contato. Por mais que busquemos os compradores lá fora, aqui é o momento em que ele pode conhecer a estrutura do arroz no Rio Grande do Sul, ou o arroz do Brasil, e conseguimos ter explicar um pouco do nosso trabalho e mostrar o produto. Trazer amostra é uma ferramenta que facilita bastante o encontro do comprador e de nós, vendedores, pra tentar atingir e ampliar mercados ? ressalta Oliveira.
O Panamá importa 20% do consumo total de arroz do país, estimado em 300 mil toneladas por ano. O representante panamenho na Expoarroz, Alberto Paz Rodrigues, disse que não conhecia o arroz brasileiro, gostou do que viu na feira, e vai começar as tratativas para comprar arroz parboilizado brasileiro. Ele diz que só não vai sair com o arroz comprado porque o processo inclui registros sanitários e empacotamento.
? É a primeira vez que venho e não posso ir com o arroz comprado porque tenho de passar por certos trâmites, há que tirar primeiro registros sanitários, fazer o empacotamento e coordenar algumas coisas para logo poder levá-lo. É mais fácil começar pelo arroz parboilizado porque o processo de introdução ao país é mais fácil ? explica o panamenho.
A rodada de negócios da Expoarroz movimentou US$ 3,4 milhões nesta quarta, segundo levantamento realizado junto aos compradores. Para os próximos 12 meses já estão previstos mais US$ 5 milhões. O maior comprador foi São Tomé e Príncipe, do continente africano.