A estrutura e os benefícios do corredor rodoviário interoceânico foram anunciados no último dia 4, em Campo Grande (MS), durante encontro de representantes do governo dos três países envolvidos no projeto. Segundo o secretário de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Márcio Portocarrero, a criação da rodovia vai propiciar o crescimento da economia brasileira no setor agropecuário e permitir maior vazão dos produtos para o mercado externo, especialmente a Ásia.
? Podemos afirmar que o transporte é, atualmente, um dos maiores gargalos da produção agropecuária. A rodovia vai beneficiar os produtores do País, que terão acesso mais rápido e fácil ao mercado asiático, um grande consumidor dos nossos produtos ? destacou.
Com a possibilidade de escoar a produção pelo oceano Pacífico, Portocarrero afirmou ainda que haverá redução de cerca de sete mil quilômetros de rota marítima, com relação ao percurso feito atualmente pelo oceano Atlântico.
Segundo informações do governo brasileiro, produtos como a cana-de-açúcar, soja e algodão serão os principais beneficiados pela iniciativa. A pecuária em grande escala e a agroindústria também sentirão os efeitos positivos da nova rodovia.
A principal vantagem será a redução no custo do transporte. Comparando o Brasil aos Estados Unidos, maior produtor mundial de soja, o País gasta até dez vezes mais para transportar até a China uma tonelada de soja produzida nos estados da região Centro-Oeste.
? Ganharemos muito em competitividade ? comemorou Portocarrero.
Brasil
Em terras brasileiras, a via terá uma extensão de cerca de 1,5 mil quilômetro, complementados pela Bolívia, que contribui com 1,6 mil quilômetro, e pelo Chile, que participa do projeto com mais 233 quilômetros de rodovia. De uma ponta à outra, o corredor liga o porto de Santos, em São Paulo, aos portos de Arica e Iquique, no Chile.
O governo federal está investindo cerca de R$ 340 milhões nas obras da rodovia, a maior parte destinada à construção de pontes e pequenos acessos, além da recuperação e manutenção na infra-estrutura viária, em regiões próximas à fronteira com a Bolívia.