Após o ataque severo da doença no último ciclo, a Defesa Agropecuária do estado acompanha de perto o cumprimento do período sem plantas vivas no campo
Canal Rural | Rondônia
Em Rondônia, quase dois terços da soja produzida na safra 2014/2015 foi prejudicado pela ferrugem asiática. Para controlar melhor a doença, a fiscalização estadual está mais intensa. O objetivo é garantir que o vazio sanitário, período sem plantas vivas da oleaginosa no campo, seja bem realizado.
Estado tradicional na produção pecuária, de onde vem a maior parte do PIB do Agronegócio, Rondônia vem evoluindo na produção de soja. Atualmente a cultura ocupa área de 211 mil hectares. Dos 55 municípios, 33 já cultivam o grão.
– É uma política pública do estado de não incentivar aberturas de novas áreas e, sim, intensificar a produção no que já está aberto. Nós já estamos percebendo isso além da diversificação, a Integração Lavoura-Pecuária, então a soja vem ganhando espaço em paralelo com outras atividades – explica Júlio César Peres, da Coordenadoria de Desenvolvimento Agropecuária de Rondônia (CDAP).
E para produzir mais e melhor, a Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril de Rondônia (Idaron) está atento com as pragas e doenças da sojicultura, sendo a ferrugem asiática uma das principais preocupações. O estado também adota o período de vazio sanitário. Por aqui, o período começou no dia 15 de junho e vai até 15 de setembro.
– A ferrugem traz um prejuízo financeiro, então a ferrugem adentrando essas áreas diminui a produção, e o produtor terá perdas financeiras. Com isso, o estado também perde, pois arrecada menos. Se não houver esse período do vazio, a gente tem uma disseminação do fungo da ferrugem para a próxima lavoura. É uma preocupação para manter a cultura da soja crescente e sem danos – comenta a gerente de Defesa Sanitária Vegetal do Idaron, Rachel Barbosa da Silva.
A área do estado que faz divisa com Mato Grosso tem a principal concentração de lavouras de soja de Rondônia. Além da ferrugem asiática, as plantas voluntárias também são hospedeiras da lagarta Helicoverpa armigera. Na última safra 30% das áreas de soja do estado tiveram problemas com a praga. Portanto, o vazio ajuda a não criar hospedeiros para o inseto.
Se o produtor descumprir o vazio sanitário, ele receberá uma notificação para que ele retire as plantas. Caso não cumpra, ele será autuado e deverá pagar multa. Os técnicos lembram quem o principal fiscal da propriedade é o próprio sojicultor. Portanto, o cuidado deve ser redobrado.