Paste this at the end of the

tag in your AMP page, but only if missing and only once.

Roraima deve investir todas suas fichas na soja transgênica?

Embrapa lança duas cultivares adaptadas para o estado e prevê que 90% dos produtores, que hoje plantam a convencional, passarão a usar as geneticamente modificadas.

O calendário de plantio da soja de Roraima é diferente dos outros estados brasileiros e se compara com as datas americanas, onde os produtores começam a colher em setembro. Outro diferencial da região é a variedade escolhida para o cultivo, a soja convencional, no qual a remuneração é melhor no mercado internacional. No entanto, uma grande discussão se aproxima do estado, já que a Embrapa lançou cultivares transgênicas, adaptadas para região e os produtores se dividem na hora de opinar se isso é bom ou ruim.

100% de soja convencional plantada em 25 mil hectares, com expectativa de produção de 75 mil toneladas e produtividade acima de 50 sacas por hectare. Normalmente os sojicultores da região recebem um prêmio de US$ 1,5 a US$ 2,5 por saca, pago normalmente por compradores europeus. Esse é o caso da empresa russa Sodrugestvo, que pretende comprar 30 mil toneladas de soja de Roraima por ser convencional e diferenciada. “A soja do estado é muito boa, ideal para o farelo de alta proteína concentrada que estamos acostumados a vender, por isso preferimos comprar a oleaginosa daqui”, diz o diretor comercial da companhia Douglas Cruz.

Segundo o técnico agrícola Antônio Marcos Felippi a decisão depende de cada produtor já que a demanda pela soja convencional existe e as novas cultivares podem trazer benefícios. “Temos esta demanda garantida, a Europa pede por convencionais”, garante o técnico agrícola. “Porém teremos que entrar com os transgênicos em áreas mais velhas e até buscando produtividades mais elevadas.”

Os pesquisadores da Embrapa ressaltam no entanto, que para garantir uma boa produtividade no estado, os produtores tem que gastar mais com o manejo adequado do solo, que são muito fracos e praticamente não tem nutrientes disponíveis para as plantas, além da baixa capacidade de armazenamento de água. Outra característica de Roraima é o maior tempo que a planta fica exposta aos raios solares, dada a localização geográfica do estado, que está sob a linha do Equador, e os dias são mais longos. “Temos mais luz e uma produtividade maior. Os ciclos de todas as plantas são menores e no caso das oleaginosas temos uma maior concentração de óleo”, garante Otoniel Ribeiro Duarte, chefe da Embrapa Roraima.

Com o lançamento da Embrapa das duas variedades transgênicas uma resistente ao glifosato e a outra a lagartas a tendência é que nos próximos anos o estado repita o que acontece em todo o Brasil, onde há o predomínio de soja transgênica nas lavouras, afirma o pesquisador da entidade Vicente Gianluppi. “Acredito que em pouco tempo 90% da produção do estado seja de soja transgênica e se o mercado tiver um nicho que se propõe a pagar mais, os outros 10% vai com soja livre de transgênicos”, prevê Gianluppi da Embrapa.

Segundo o engenheiro agrônomo Áureo Lantmann, os produtores não deveriam fazer essa migração, tanto pelos prêmios pagos pela convencional, pelos altos custos para a compra de sementes transgênicas, ou pela alta quantidade de proteínas na variedade convencional. “Se eu fosse o produtor de Roraima, eu não trocaria a convencional pela transgênica. Esse é um diferencial deles.”, garante Lantmann. “Além disso, o solo é fraco para tanto para a soja convencional quanto para a transgênica.”

Sair da versão mobile