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Rossi nega denúncias de corrupção em audiência na Câmara

Ministro é acusado de cometer irregularidades em pagamento a uma empresa de alimentos e em venda de terreno da ConabEm audiência na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural, realizada na manhã desta quarta, dia 3,  na Câmara dos Deputados, o ministro da Agricultura, Wagner Rossi, negou as denúncias de corrupção feitas pelo ex-diretor da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) Oscar Jucá Neto. As suspeitas levantadas são de irregularidades em pagamento da estatal à empresa Caramuru Alimentos e de que um terreno da Conab, situado no Setor de Clubes Norte, em Brasília, teria s

Referente à venda do terreno, Rossi destacou que a avaliação feita pela Caixa Econômica Federal estipulou o preço do imóvel em R$ 8,030 milhões. O preço arrematado em concorrência pública foi de R$ 8,1 milhões.

? A alegação de que o terreno foi vendido por um quarto do valor, como aponta a revista Veja, é infundada. Além disso, diferentemente do que informa a revista, a operação de venda do terreno não foi realizada durante a minha gestão ? disse o ministro durante a audiência.

As únicas denúncias procedentes em relação ao Ministério, de acordo com Rossi, referem-se a irregularidades cometidas pelo ex-diretor da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) Oscar Jucá Neto.

? O ex-diretor tenta transformar caso administrativo, em que foi pego cometendo irregularidades, em caso político ? declarou o ministro.

Oscar Jucá Neto foi demitido da Conab após 10 dias de ter sido nomeado para o cargo, por ter sido responsabilizado pela transferência irregular de R$ 8 milhões no sistema da empresa estatal. Pelas normas da companhia, segundo o ministro, todo pagamento acima de R$ 50 mil deve ser encaminhado para avaliação da Advocacia-Geral da União (AGU), da diretoria colegiada da Conab e do Ministério da Agricultura, antes de ser liberado, e Oscar Jucá desobedeceu essa norma.

Rossi rebateu as denúncias quanto às irregularidades referentes ao pagamento à Caramuru Alimentos, dizendo que as acusações são mera elucubração do ex-diretor, Oscar Jucá Neto, que estaria ressentido com a demissão.

Jucá Neto disse que a Conab estaria protelando o repasse de R$ 14,9 milhões à gigante do mercado agrícola, referentes a dívidas contratuais. Segundo ele, representantes da Conab estariam negociando um acerto para aumentar o montante a ser pago para R$ 20 milhões. Desse total, R$ 5 milhões seriam repassados por fora a autoridades do Ministério.

O pagamento à Caramuru, de acordo com o ministro, foi objeto de decisão judicial que transitou em julgado em abril deste ano.

? Os cálculos foram determinados pela Justiça e não pela Conab. Portanto, o pagamento a ser feito respeitará a determinação do juiz e não aquilo que um diretor da Conab, qualquer que seja ele, acredite ser possível fazer. Nenhuma tentativa de antecipar este pagamento chegou a meu conhecimento. E, caso isso ocorresse, não se efetivaria ? disse.

Wagner Rossi disse ainda que não vai processar o ex-dirigente da Conab, Oscar Jucá Neto, pelas acusações feitas à revista Veja. Durante o depoimento, o ministro negou as acusações e disse que eram fruto de “ressentimento” de Jucá Neto.

? Não quero agravar as circunstâncias desagradáveis para o irmão de Jucá Neto ou para a sua família, embora tenha todos os elementos para processá-lo ? destacou Rossi.

Rossi foi questionado sobre a possibilidade de processar o ex-dirigente da Conab pelo deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), que também quis saber quem indicou Jucá Neto para o cargo. O ministro confirmou que a indicação foi do senador Romero Jucá.

Segundo ele, o senador tratou o episódio com “lisura e correção”.

? Ele disse que era para fazer o que fosse necessário. Não somos responsáveis pelo que nossos parentes fazem ? afirmou Rossi.

O líder do governo na Câmara, Cândido Vacarezza, elogiou a rapidez com que o diretor foi afastado.

? Estamos dando exemplos para o país de ética, de moralidade e, mais do que isso, de uma política voltada para que nosso país tenha desenvolvimento econômico ? afirmou Vacarezza.

Como os demais parlamentares, o líder do PSDB ? partido de oposição na Câmara ?, Duarte Nogueira, elogiou o ministro por falar espontaneamente ao Congresso. Mas, para ele, ainda faltam provas de que não existem outras irregularidades na Conab.

? O ministro não esgotou, na sua passagem aqui, as dúvidas que pairam sobre a gestão da Conab. Além de afastar, tem que punir exemplarmente, verificar o dano causado e pedir o ressarcimento aos cofres públicos daquilo que foi desviado ? declarou Nogueira.

A oposição acredita no suposto esquema denunciado por Jucá Neto.

? Lamentavelmente, semana após semana, estamos dentro de uma agenda de corrupção, de desvio de dinheiro, de má condução ética no governo federal ? disse o líder do Democratas, ACM Neto.

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