– Na roça, o pessoal coloca sal no lugar do açúcar, expolode o sabor do café. No mesmo prato, você tem dois sabores. Em termos de calorias, acredito que não acrescente nada, mas é estimulante. A ideia era que fosse simples. Batatinha frita, arroz, feijão, nada sofisticado de prato francês. Acho que atingiu o objetivo de poder participar da Rota do Café – explica.
Na cidade histórica, estádio e teatro fazem referência ao grão. Os alemães deixaram marcas na arquitetura. A antiga estação férrea recebia os imigrantes e era a principal via de escoamento do ouro verde. O prédio da década de 1950 hoje abriga o Museu Histórico do município, que no último dia 10, completou 77 anos, conforme conta o secretário executivo Cesar de Paulo.
– Londrina foi capital mundial do café. Houve uma rápida urbanização da cidade. Depois da geada negra de 1975, a produção migrou para o Triângulo Mineiro, para fugir do frio – lembra.
Do total da produção de café do Brasil, 2% são considerados da categoria especial. A barista Cristina Maulaz diz que há uma maneira correta de apreciar a bebida.
– O café surgiu em minha vida há 18 anos, quando eu cheguei a Londrina. É apaixonante. A repassa o conhecimento aos turistas. Falamos para beberem sem açúcar, porque o café já é naturalmente doce. Assim, eles sentem o aroma frutado do café. Os instruímos sobre como o turista faz em casa para ter uma melhor bebida. Grãos especiais têm que ter uma água filtrada, sem ferver. A pessoa sai daqui com a visão de degustadora – relata.
Segundo o produtor rural Paulo Monteiro, a Rota do Café é vista pelos habitantes de Londrina como uma redescoberta da própria história.
– O café me remete à minha familia. Meu pai viveu do grão – conta.
Para o chef Marcelo Camargo, inovação é essencial. Ele desenvolveu um risoto temático especialmente para a Rota do Café.
– A mistura é bem diferente, altera o sabor do prato. O toque de café dá um sabor totalmente novo. O turismo gastronômico é uma tendência. As pessoas querem conhecer mais, aprender a fazer. Está em alta no Brasil e no mundo – afirma.
A rota abrange passeios a fazendas históricas e produtivas. O projeto, desenvolvido pelo Sebrae e operado por agências de turismo, foi premiado este ano pelo Ministério do Turismo em função das características inovadoras, de acordo com o gestor de Projetos e Turismo da entidade, Sérgio Osório.
– É uma rota histórica, que explora a gastronomia. As pessoas acham que não casa muito bem, mas (o café) dá todo um tempero que a maioria das pessoas desconhece. Eram 23 atrativos em 2009 e hoje são 46 em 15 cidades do Norte do Paraná – aponta.
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