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RS: colheita chega a 58% e pedidos de Proagro já passam de 4,5 mil

Muitas lavouras estão apresentando produtividades de apenas 10 sacas por hectare, com grãos esverdeados e avariados. Veja a situação em algumas cidades!

pastagem seca no Rio Grande do Sul
Foto: Rafael Hermann/arquivo pessoal

A semana foi marcada por tempo seco em quase todo o estado do Rio Grande do Sul. Salva exceção de algumas chuvas esparsas e com baixos acumulados. Isso favoreceu o avanço da colheita que agora está em 58% segundo levantamento da Emater/RS. Isso representa um rápido avanço de 19 pontos percentuais ante os 39% da semana anterior. Se o tempo seco ajuda de um lado, do outro traz ainda mais prejuízos e agora os pedidos de Proagro já ultrapassam a casa dos 4,5 mil.

“Com o aumento de perdas na cultura devido à estiagem, a solicitação de perícias para cobertura de Proagro é crescente. Até 1º de abril, realizamos 4.530 laudos de Proagro de soja. Há constatação de lavouras onde as plantas praticamente morreram devido ao estresse hídrico e às temperaturas altas; há também áreas onde as plantas aceleraram a maturação, apresentando grãos pequenos e chochos”, informa a Emater/RS.

Ijuí

Segundo a Emater a semana foi marcada por tempo seco na região. Por lá, 76% das lavouras foram colhidas em virtude da aceleração da maturação da cultura, resultante das condições de tempo seco. Os grãos colhidos apresentam entre nove e 10% de umidade, com elevação do número de grãos secos esverdeados e da quantidade de impurezas.

“As plantas das lavouras por colher estão com maturação desuniforme; inclusive há plantas que continuam o estádio vegetativo devido à pequena quantidade de vagens. A produtividade reduz à medida que avança a colheita nas cultivares mais tardias, atingindo a média de 2.136 quilos por hectare”, afirma a Emater.

Santa Rosa

A colheita avançou significativamente, sendo realizada em 66% das lavouras. Na microrregião de Santa Rosa, a colheita atingiu 79% das lavouras. Segundo a entidade, a celeridade está acontecendo devido ao amadurecimento do grão e à perda da umidade, pois muitas lavouras vêm sendo colhidas com umidade do grão entre 8% e 12%. Já nas lavouras de soja safrinha, as que estão nas fases de floração e enchimento de grãos são as mais prejudicadas, possivelmente com elevação das perdas.

“As plantas secaram à força, aparecendo folhas ainda presas às plantas, mas já secas. As vagens estão com má formação e os grãos com tamanho pequeno, avariados e coloração esverdeada. O que demonstra maturação forçada. Outro aspecto comum são plantas com vagens sem grãos, principalmente no terço superior.”

Segundo a Emater, nestas lavouras, a produtividade tem variado entre 600 a 2.100 quilos por hectare, bem abaixo das expectativas iniciais, provocando o amparo na política do Proagro.
“Apesar da ocorrência de chuvas, o cenário geral não se modificou, sinalizando aumento de perdas no rendimento até esta data, passando dos 38% de perdas da semana passada para 41%.”

Santa Maria

A maior parte das lavouras encontra-se entre os estágios de maturação e colheita. Em Tupanciretã, com a maior área de soja plantada no Estado, já foram colhidas mais da metade das lavouras, e a produtividade média está abaixo dos 1.800 quilos por hectare, informou a Emater.

“Já em Cachoeira do Sul, com 105 mil hectares de soja, a colheita chegou em 50%, e os grãos apresentam baixa qualidade e maturação desuniforme. A produtividade média é de 1.560 quilos por hectare. Atualmente a estimativa de perdas médias é de 55%.”

Bagé, 20% das lavouras encontram-se em enchimento de grãos, 45% em maturação fisiológica e 35% das lavouras foram colhidas.

“Muitas lavouras vêm tendo a maturação antecipada, apresentando vagens sem enchimento completo dos grãos e com tamanho e peso fora do padrão. Na semana, as colheitas revelaram rendimentos que variaram de 600 a 1.800 quilos por hectare, semelhante aos períodos anteriores que indicam consolidação das perdas na ordem de 45%.

Soledade

Por lá, 1% das lavouras está em enchimento de grãos, 64% em maturação e 35% já foram colhidas, com produtividades que variam em função do volume de chuvas durante o ciclo de crescimento e desenvolvimento da planta. Há lavouras produzindo de 600 a 1.680 quilos por hectare.

“A variação na produtividade ocorre tanto em lavouras formadas por variedades precoces quanto nas de ciclo médio e tardio, em função das condições do tempo seco que aceleraram o ciclo das plantas. Como resultado, os grãos apresentam menor tamanho, peso e aspecto esverdeado.”

Frederico Westphalen

A colheita avança e chega a 69%. Nas demais lavouras, 2% estão na fase de floração, 8% em enchimento de grãos e 21% em maturação. A produtividade média tem se mantido em 2.421 quilos por hectare, que representa perdas de 26% na região, fazendo crescer a procura por perícias de Proagro.

Erechim

Por lá, 80% da cultura foi colhida e 20% está em enchimento de grão e maturação. A produtividade é de 2.561 quilos por hectare, com perdas de 33,5% em relação à produtividade inicial esperada.

Caxias do Sul

O período foi de tempo seco, com chuva apenas no domingo (29) e mesmo assim, de baixo volume e com distribuição irregular, chegando no máximo a 15 milímetros.

Segundo a Emater, essa condição deu agilidade à colheita, que já atinge 50% da área cultivada. Além de baixar o rendimento esperado, a estiagem também causou desuniformidade na maturação da soja, fazendo com que as vagens muito secas debulhem antes da colheita ou durante, ainda no molinete da máquina, ocasionando perdas de grãos.

“Muitas áreas estão sendo colhidas com umidade muito baixa do grão, chegando em alguns casos a 10%, o que reduz ainda mais o peso de grãos. Além da desuniformidade de maturação, os grãos estão esverdeados e extremamente secos, fatores que depreciam o produto.”

Pelotas

A cultura está predominantemente nos estágios de enchimento de grãos e em maturação. As precipitações foram esparsas na região. Seguem intensas as atividades de colheita. Destaque para Cerrito, com 50% de suas áreas colhidas e produtividade de 1.620 quilos por hectare.

“Em geral, as referências regionais de produtividade deverão oscilar entre 1.400 e 1.500 quilos por hectare, aumentando nas cultivares precoces para até 2.100 quilos por hectare. As perdas seguem crescentes na região com a manutenção do tempo seco.”

Passo Fundo

O ritmo fez a colheita chegar a 60% das áreas. O restante se encontra em maturação. A contínua falta de chuvas prejudica o desenvolvimento da cultura. O rendimento médio chegou a 1.350 quilos por hectare, havendo necessidade de Proagro.

Lajeado

No Vale do Taquari, 25% das lavouras estão em fase de enchimento de grãos, 40% em maturação e 35% já foram colhidas. As perdas de produtividade já consolidadas são de 40%, resultando em 2.076 quilos por hectare.

“O ciclo da soja está se antecipando; além da redução do rendimento, os grãos estão escuros e/ou esverdeados, condições que irão comprometer a qualidade do óleo no processo de extração.”

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