Pesquisadores especializados em entomologia da Central Gaúcha das Cooperativas (CCGL) realizaram uma identificação crucial: a presença da cigarrinha-africana em lavouras de milho no estado do Rio Grande do Sul.
Este inseto, categorizado como 𝙇𝙚𝙥𝙩𝙤𝙙𝙚𝙡𝙥𝙝𝙖𝙭 𝙢𝙖𝙘𝙪𝙡𝙞𝙜𝙚𝙧𝙖, difere da já conhecida cigarrinha-do-milho, classificada como Dalbulus maidis.
A captura desse espécime ocorreu por meio de armadilhas de monitoramento estrategicamente posicionadas na sede da entidade de pesquisa na cidade de Cruz Alta.
A cigarrinha-africana é encontrada em diversas partes do mundo, com registros notáveis na Europa e Ásia.
Nas Américas, sua presença havia sido documentada apenas no Brasil, este ano, especificamente em Goiás.
Sua incidência afeta culturas como milho, braquiária, capim elefante, a variedade BRS Capiaçu e feijão.
O entomologista Glauber Stürmer, que atua na CCGL, salientou que as semelhanças entre os dois insetos são notáveis, dificultando a distinção no campo.
A cigarrinha-africana, diferentemente da D. maidis, apresenta menor tamanho e exibe uma mancha preta na região frontal da cabeça.
Stürmer acrescenta: “Este é mais um inseto que potencialmente pode transmitir o complexo de molicutes, causadores dos enfezamentos no milho, cuja identificação foi feita nesta semana”.
Até então, a cigarrinha do milho era reconhecida como a única vetor dessas enfermidades no Brasil.
As estratégias de manejo e controle dos enfezamentos estavam concentradas na erradicação desse inseto, que causa consideráveis prejuízos às plantações de milho.
Ele se alimenta do milho, transmitindo doenças como enfezamento pálido e enfezamento vermelho.
Essas patologias provocam danos significativos às plantas, com possíveis consequências irreversíveis, afetando a absorção de nutrientes e resultando em plantas menores, espigas malformadas, de tamanho reduzido e com falhas.