Se nas gôndolas dos supermercados os preços tiveram uma alta de 4,12% nos últimos 12 meses, no campo o produtor convive com uma deflação de 3,33% no mesmo período. A comparação entre o IPCA Alimentos e o Índice de Inflação dos Preços Recebidos pelo Produtor RuraI (IIPR) mostra que é equivocada a ideia de que há uma relação direta entre os indicadores. Os dados estão no relatório de Índices de Inflação do Agronegócio do Rio Grande do Sul, divulgados nesta terça-feira (24/9) pelo Sistema Farsul.
Em relação ao mês de agosto, a alta da soja, em decorrência da valorização da taxa de câmbio, garantiu um crescimento de 2,89% no IIPR, também influenciada pelo preço do arroz. O resultado só não foi maior pela queda nos preços dos suínos e leite. Já o Indice de Inflação dos Custos de Produção (IICP) apresentou retração pelo terceiro mês consecutivo, fechando com queda de 0,34%, mesmo com a taxa cambial com crescimento próximo de 9%. Neste período os preços de inseticidas para algumas culturas costumam estar mais acessíveis ao produtor, o que influência no indicador.
Com a queda nos últimos meses, o IICP acumulado do ano registra redução de 1,50%. Mas, nos últimos 12 meses o resultado é uma alta de 0,81%, reflexo do final do ano passado marcado pelo aumento dos custos de produção. De janeiro de 2018 até maio de 2019, o IICP vinha obtendo valorização mais rapidamente que o IPCA, situação alterada a partir de junho.