– Politicamente seria uma medida muito difícil porque os produtores voltariam aos protestos nas rodovias – disse Federido Landgraf, chefe da área econômica da Coninagro, instituição que representa as cooperativas locais.
Para o governo, um aumento da alíquota a 40% elevaria a arrecadação com impostos sobre a oleaginosa para US$ 11,1 bilhões. Segundo Landgraf, com o atual nível das retenções e um preço internacional da soja em US$ 600,00 a tonelada, o produtor argentino recebe somente US$ 386,00 por tonelada. Com 40% de retenção, mais o frete e outros custos comerciais, o agricultor ficaria só com US$ 345,00 por tonelada.
– Há muito mal-estar entre os produtores, mas na Coninagro acreditamos que tudo isso não passa de um boato, especialmente porque o Ministério de Agricultura desmentiu estudo neste sentido. No Uruguai, uma soja a US$ 600 deixa ao produtor a cifra de US$ 585, mas na Argentina, com a carga das retenções, o produtor ganha muito menos – afirmou Landgraf.
Ele argumentou que a atual alta dos preços da soja está 100% vinculada à seca dos Estados Unidos.
– Se houver qualquer modificação nas retenções, esses valores permanecerão, mesmo quando o preço internacional da soja baixar, dentro de alguns meses.
O presidente da Confederação Rural da Província de Buenos Aires e La Pampa (Carbap), Horacio Salaverri, também fez a advertência de que um aumento dos impostos de exportações provocaria um locaute geral dos produtores. Projeções do setor indicam que a próxima safra de soja argentina, cuja implantação terá início em setembro, chegaria a um volume de 53,2 milhões de toneladas. Porém, as instituições alertam que mudanças nas regras podem alterar a intenção de plantio.