Ruralistas e ambientalistas usam futebol para fazer campanhas na internet

Esporte é utilizado para promover ações contra danos ao meio ambiente e a favor do agronegócioEm meio à disputa sobre a votação da Medida Provisória (MP) 571, que altera o novo Código Florestal, ambientalistas e ruralistas recorrem ao esporte mais popular no Brasil para promover campanhas contra danos ao meio ambiente e a favor do agronegócio, respectivamente.

O futebol é mote para as mobilizações do Comitê Brasil em Defesa das Florestas e do Desenvolvimento Sustentável, composto por 200 entidades, com a Campanha Floresta Faz a Diferença. Também é o recurso da campanha Time Agro Brasil que a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) inicia para “consolidar a imagem do agronegócio sustentável brasileiro no país e no exterior”, segundo o site da entidade.

No site do comitê, ambientalistas alertam que “é hora de apitar” e que após a aprovação do Código Florestal “o jogo não acabou” e sugere “cartão vermelho” a cerca de 30 parlamentares que “apresentaram mais emendas contra o meio ambiente” na tramitação da MP 571.

Antes do adiamento da votação (ocorrido por causa da Frente Parlamentar da Agropecuária), os ambientalistas alertavam que a MP poderia ser votada na terça, dia 10, quando a CNA, junto com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), pretende pôr em campo a sua campanha que tem o ex-jogador Pelé como garoto-propaganda.

Conforme os ruralistas, a campanha será realizada até 2014, o ano da Copa do Mundo, e deverá “divulgar as práticas sustentáveis adotadas pelos produtores rurais brasileiros, além de outras iniciativas que assegurem a boa qualidade do produto nacional”.

Para a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), a lei sancionada e a MP proposta somam “poucos ganhos e muitas perdas” para todos os lados. “Perdeu a sociedade brasileira com uma lei pouco clara e indulgente. Perdeu o meio ambiente. Perdeu a agricultura brasileira”, protestaram em nota os cientistas após a sanção do código e o envio da medida provisória.

Após os embates entre ambientalistas e ruralistas, dentro do governo e no Congresso, a SBPC avalia que “o Brasil continua precisando de um moderno e mais completo Código Florestal (…) não está funcional, com muitas lacunas e imprecisões, gerando séria insegurança jurídica, sem oferecer a necessária sustentabilidade ambiental, o que afinal também compromete o agronegócio” e “a MP 571, para ser responsavelmente aprovada, ainda requer importantes modificações e aperfeiçoamentos”.