? O problema é geral. Nós temos a situação extremamente delicada no Brasil inteiro. Em 1995, eram R$ 23 bilhões e hoje estamos com R$ 130 bilhões ? disse o deputado federal Luís Carlos Heinze (PP-RS).
Há pouco mais de um ano, o governo lançou um pacote de renegociação de R$ 75 bilhões das dívidas agrícolas. Mas na opinião dos produtores as condições não foram favoráveis. Os juros continuaram altos.
? Não dá para simplesmente alongar com juros de 14% porque isso vai ficando impagável ? defendeu o presidente da Associação dos Produtores de Soja do Estado de Mato Grosso, Glauber Silveira.
Houve demora para a repactuação dos débitos inscritos na dívida ativa. Além disso, a cafeicultura, que tem uma dívida superior a R$ 4 bilhões, não foi contemplada.
? Estamos forçando um saneamento da cafeicultura desde que o governo nos desse 20 anos e houvesse a troca da dívida pelo produto, dessa forma, o governo formaria estoques e salvaria a cafeicultura nacional ? explica o presidente do Conselho Nacional do Café, Gilson Ximenes.
Na audiência pública, os representantes de diferentes setores do agronegócio se revezaram para falar das dificuldades para o pagamento dos empréstimos.
? Nós estimamos no arroz hoje R$ 4 bilhões de dívida. Isto dá mais de uma safra de arroz ? concluiu o presidente da Federação das Associações dos Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Renato Rocha.
A Comissão de Agricultura também pretende ouvir os representantes dos bancos e de ministérios antes de encaminhar ao governo uma proposta de renegociação das dívidas agrícolas.