O consumo de alimentos orgânicos no Brasil teve um crescimento de 16% entre 2021 e 2023, conforme o estudo “Panorama do Consumo de Orgânicos no Brasil 2023”, divulgado pela Associação de Promoção dos Orgânicos.
Com o aumento do consumo, também cresceu a quantidade de alimentos ilegítimos, que muitas vezes apresentam o selo de orgânico na embalagem, sem a certificação.
O Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), referência nacional em certificação de orgânicos, orienta consumidores e comerciantes a ficarem atentos contra as adulterações, um dos tipos de fraude alimentar.
Segundo a legislação brasileira, fraude é qualquer informação que leva o consumidor ao engano.
Para ser reconhecido como orgânico, o produtor ou empresa processadora deve produzir ou processar os alimentos atendendo a regulamentação do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), o que confere o uso do Selo “Orgânicos Brasil”, explica o gerente do Tecpar Certificação, Fábio Corrales.
“No caso de produtos processados, eles devem conter no mínimo 95% de ingredientes de origem na agricultura orgânica, identificados no rótulo. Além disso, os outros 5% de ingredientes não orgânicos não podem estar entre aqueles proibidos pelas regras da produção orgânica, como os transgênicos, por exemplo”, explica.
Selo de orgânico
Uma das maneiras mais confiáveis de conferir se um produto oferecido no mercado é mesmo orgânico é a certificação.
De acordo com a pesquisa da Organis, 39% dos entrevistados identificam um produto pelo selo ou certificado, e 89% acham correto existir o selo obrigatório nas embalagens para certificá-los.
No Brasil, o selo é concedido após a análise de conformidade feita por um organismo credenciado junto ao Mapa.
“A certificação garante ao consumidor que durante todas as etapas de produção e processamento do produto certificado não foram utilizados agrotóxicos ou qualquer insumo químico sintético, nem foram identificadas práticas que comprometam a saúde humana, animal, das plantas e do solo”, detalha Fábio Corrales.
Ingredientes
Ao comprar um produto orgânico para consumo próprio ou revenda, a recomendação é dar preferência aos oferecidos por fontes confiáveis, como lojas especializadas, fazendas e produtores locais certificados e conhecidos por seguir práticas.
Além disso, o consumidor deve ler atentamente os rótulos.
O produto deve ser cultivado e processado de forma sustentável em todas as etapas da produção, até o momento da comercialização. Para não ser enganado, o consumidor deve conferir na lista de ingredientes se há itens não orgânicos ou conhecidos por serem cultivados de forma convencional – isso pode ser um sinal de que o produto não é totalmente orgânico.
No site do Ministério da Agricultura e Pecuária, é possível acessar o Cadastro Nacional de Produtores Orgânicos e a relação de produtos certificados que eles possuem.